Morre intelectual espanhol Adolfo Sánchez Vázquez no México
O filósofo espanhol Adolfo Sánchez Vázquez (1915- 2011), discípulo de José Ortega y Gasset e considerado renovador do Marxismo, morreu nesta sexta-feira (8) em sua casa na Cidade do México, aos 95 anos, "tranquilo e cercado pela família", segundo seu neto, Juan Adolfo Moreno.
Publicado 09/07/2011 10:10
"Foi uma morte por parada respiratória causada por pneumonia", disse Moreno. Sánchez Vázquez (Algeciras, 1915) foi professor emérito da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), a mais importante instituição de educação superior deste país, e foi condecorado com a Ordem do Mérito Civil do Governo espanhol.
Quando era jovem estudou na Universidade Central de Madri e participou ativamente das Juventudes Comunistas, tornando-se uma figura próxima à República espanhola. A derrota na Guerra Civil espanhola (1936-1939) fez com que no último ano do conflito se mudasse para o México, onde ficou até o final de sua vida.
O também escritor e amante da literatura de Cádiz (Espanha) publicou uma série de obras como "Ética" (1969) e "Lembranças e Reflexões do Exílio" (1997). Sobre o marxismo, do qual foi considerado pela crítica um dos seus renovadores, através de trabalhos como "Do Socialismo Científico ao Socialismo Utópico" (1975), chegou a dizer que é uma doutrina viva, antidogmática, que trata de combinar a crítica, o projeto de transformação do mundo e o conhecimento alheio à teoria oficial dominante na União Soviética.
Defendeu teses humanistas e democráticas em obras como "As Ideias Estéticas de Marx" (1965) e "Estética e Marxismo" (1970). Entre outras honrarias, recebeu doutorados honoris causa pelas universidades de Puebla, Nuevo Leão e Guadalajara, no México, assim como pela Universidade de Cádiz, a Complutense de Madri (2000) e a Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED).
Além disso, foi nomeado Filho Adotivo da província de Málaga (2004) e se fez merecedor da Grande Cruz de Alfonso X O Sábio, ao Prêmio Unam na área de pesquisa em humanidades, o Nacional de História, Ciências Sociais e Filosofia no México e o María Zambrano que lhe outorgou a Junta de Andaluzia.
Com agência EFE