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Pagot depõe no Senado e nega uso do Dnit para fazer caixa ao PR

As comissões de Infraestrutura e Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado começaram, na manhã desta terça-feira (12), a ouvir o diretor afastado do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Pagot, sobre as denúncias de corrupção no órgão e no Ministério dos Transportes. Pagot rebateu as informações publicadas pela revista Veja de que o Dnit seria usado para fazer caixa ao PR, partido ao qual é filiado, e conseguir o apoio de parlamentares.

“Quero refutar todas as acusações que são feitas à minha pessoa. Vim fazer defesa do Dnit", declarou ele, já no início da audiência. “O PR não utilizou o Dnit para cooptar ou buscar dinheiro para seus cofres.”

Ele afirmou que, passado um ano em que estava à frente do órgão, percebeu que era necessário tomar medidas “mais contundentes” para fiscalizar as obras. À época, ele teria determinado a criação de um núcleo itinerante de auditoria interna composta por servidores do órgão e também de representantes da Controladoria-Geral da União (CGU).

Pagot também ressaltou, na audiência pública que ocorre no Senado, que foi acertado no colegiado que todas deliberações de obras seriam aprovadas por unanimidade, como forma de evitar qualquer possibilidade de manipulação. “Qualquer obra que for questionada por um dos diretores é retirada de pauta”.

Quanto ao modo de governar adotado por Dilma e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pagot disse que eles sempre tiveram um “estilo peculiar e veemente de cobrar” prazos no andamento das obras, especialmente as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele reconheceu que, na reunião relatada pela reportagem da revista Veja, esse estilo peculiar de cobrança foi feito, mas não da forma como foi descrita. “As frases estão carregadas de conceitos, palavras na boca da presidenta que não são essas.”

Ele disse, ainda, que mantém uma “relação de companheirismo” com o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM). A mesma relação também é estendida ao agora ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Quanto ao fato de ter entrado de férias (de 4 a 21 de julho), logo após as denúncias de corrupção no Dnit, Pagot afirmou que os dias já estavam agendados desde novembro de 2010 e foram autorizados tanto por Nascimento quanto por Dilma. Ele confirmou que a presidente, logo após as denúncias publicadas, determinou ao ministro o afastamento imediato das pessoas citadas.

Pagot levou ao Senado uma mochila, de onde tirou uma série de cadernos. Ao chegar à sala das comissões, o diretor disse que só vai falar com jornalistas na quinta-feira (14). Na quarta, ele tem outro depoimento marcado na Câmara de Deputados também sobre as denúncias de superfaturamento. Ele é o primeiro a falar no Congresso sobre o caso.

Da Redação, com agências