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Trabalhadores da Codelco retomam atividades após paralisação

Os trabalhadores da estatal chilena Codelco, a maior produtora mundial de cobre, retomaram nesta terça-feira (12) as atividades, depois de uma paralisação de 24 horas de "advertência" ao governo.

A greve, a primeira realizada em 18 anos, aconteceu em protesto contra uma suposta privatização que poderia ser ocasionada por um plano de modernização.

Segundo o presidente da FTC (Federação de Trabalhadores do Cobre), Raimundo Espinoza, foram enviadas informações sobre uma "privatização encoberta" à Controladoria-Geral da União e ao Congresso chileno.

Os dirigentes da Codelco, citados pelo jornal La Tercera, buscam uma estratégia para retomar o diálogo com a FTC.

Um dos sinais dessa tentativa de reaproximação foi a incorporação na mesa de negociações de Sebastián Conde, vice-presidente de Recursos Humanos, e de Daniel Serra, um dos criadores da Aliança Estratégica, instância na qual a administração e os mineiros tomavam decisões sobre o futuro da estatal.

O órgão deixou de existir quando o atual executivo-chefe da Codelco, Diego Hernández, assumiu o cargo com a chegada de Sebastián Piñera à Presidência do Chile, em março de 2010.

A paralisação mobilizou mais de 40 mil funcionários e fez com que 4.900 toneladas do metal deixassem de ser produzidas, representando uma perda de US$ 41 milhões, segundo cálculos da companhia.

A Codelco produz 11% do cobre mundial, o equivalente a 1,7 milhão de toneladas por ano. Segundo os trabalhadores, o plano de modernização adotado pela direção poderia ocasionar um processo de privatização. O governo e a diretoria da empresa negam essa probabilidade.

Para Hernández, a greve é produto da insatisfação dos trabalhadores frente às mudanças que vão continuar sendo implantadas.

Uma manifestação realizada ontem por estudantes, em apoio à greve dos trabalhadores, foi reprimida e dissolvida pela polícia. Os jovens responderam à ação policial com paus, pedras e garrafas.

O protesto ainda tinha adesão de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores, empregados fiscais, Colégio de Professores e diversas organizações sociais.

Fonte: Ansa