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 Delegado da polícia civil é furtado em seu próprio gabinete

Mesmo após o sumiço de R$ 5 mil da gaveta de seu gabinete no prédio da Chefia da Polícia Civil do Rio, o delegado Márcio Franco afirmou, nesta quarta-feira (20), que se fosse preciso, continuaria a guardar qualquer quantia em sua sala. Apesar da própria corporação admitir falhas na segurança do prédio, Franco classificou o furto do dinheiro como um fato “isolado”.

“Acho o prédio seguro. Mas confesso que há necessidade de reformulações e modernizações no prédio. O fluxo de pessoas é muito grande e é preciso o uso de catracas eletrônicas e crachás de identificação, por exemplo”, falou o delegado, acrescentando ainda que já houve há anos atrás outros episódios de furto no prédio da chefia da Polícia Civil.

A Polícia Civil admitiu, por meio de nota na tarde desta quarta, que há fragilidade na segurança do prédio. Segundo a polícia, o imóvel passa por uma série de reformas, entre elas a instalação de câmeras em todos os andares.

Investigação

Márcio Franco explicou que além dele, o setor de limpeza também tem uma cópia da chave de seu gabinete. Segundo o delegado, os faxineiros costumavam limpar sua sala antes do início de seu expediente. Após o furto, ele pediu à polícia que retirasse as cópias das chaves do setor de faxina e solicitou que a limpeza de sua sala fosse feita no horário em que estivesse trabalhando.

O delegado explica que nenhuma linha de investigação foi descartada para o crime. Franco afirmou que alguns funcionários da empresa terceirizada que presta serviço de limpeza à Polícia Civil foram ouvidos pela 5 DP (Mem de Sá), que está responsável pela apuração do caso.

Márcio Franco explicou que há cerca de três meses, a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, montou uma comissão de segurança para instalar câmeras no edifício e adotar outras medidas para reforçar o controle de acesso às dependências do prédio.
O delegado que está na Polícia Civil há 25 anos disse que já foi furtado outras vezes. No entanto, no prédio da chefia de polícia foi a primeira vez. Ele trabalha no local há cerca de cinco meses.

Origem do dinheiro

O capitão reformado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, consultor de segurança e autor do livro "Elite da Tropa", que deu origem ao filme Tropa de Elite, Rodrigo Pimentel acredita que o motivo para a quantia estar no gabinete do delegado deve ser investigado.

"Dinheiro em envelope, em gaveta de delegado, não sugere nem lembra boa coisa", dispara o Capitão Pimentel. "Tão importante quanto a apuração de quem furtou esse dinheiro é apurar o que esse dinheiro estava fazendo lá. Nós temos informações que não se tratavam de 5 mil, mas de 15 mil reais", denuncia.

Para Rodrigo Pimentel, esse valor é muito alto para estar na gaveta de um delegado, e por isso tal fato precisa ser investigado. "Precisa ser comprovada a origem [desse dinheiro]", opina o capitão. Rodrigo Pimentel informou, ainda, que além de delegado, Márico Franco é empresário do ramo de segurança.

O furto

Franco relatou que na última quinta-feira (14), levou ao seu escritório a quantia de R$ 5 mil. O dinheiro, segundo ele, seria destinado para o pagamento de uma obra em sua casa. O delegado argumentou que não teve tempo de depositar a quantia no banco, por isso, deixou o montante em uma gaveta trancada.

“Não deixei o dinheiro em nenhum envelope. Apesar da gaveta ser trancada, qualquer um forçando poderia abri-la”, disse.

Questionado se armas e munições poderiam ser roubados do prédio, Franco ressaltou que o material fica armazenado em locais seguros, em armários com código de segurança
O furto aconteceu na semana passada, mas só foi divulgado na terça-feira (19).

Da redação, com G1