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França: últimos avanços na luta contra o Alzheimer

A Conferência Internacional da Associação Alzheimer (AAIC 2011) encerrou nesta quinta (21), na França, conferência de cinco dias na qual foram apresentados os últimos avanços em relação ao diagnóstico e aos fatores de predisposição à doença. O combate à doença, que vem aumentando sua incidência, é caro e pode transformar o Alzheimer em uma ameaça à saúde pública do século XXI, disse Harry Johns, presidente de Alzheimer's Association.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e irreversível que produz um deterioramento das funções cognitivas como perda progressiva da memória, orientação e linguagem, acompanhados de transtornos comportamentais.

Em algumas das análises exibidas durante a conferência demonstrou-se que as lesões cerebrais, inclusive não graves, podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

Esta hipótese foi confirmada por um estudo com veteranos de guerra estadunidenses, o qual provou que nos soldados afetados por lesões leves o aparecimento da demência foi duas vezes superior àqueles que não sofreram nenhum dano.

Outro ensaio efetuado com jogadores de futebol americano revelou que, em função dos golpes recebidos na cabeça, estas pessoas têm maior probabilidade de desenvolver deterioramento cognitivo leve (MCI por suas siglas em inglês).

Também foram apresentados durante o evento novos testes que facilitariam o diagnóstico do Alzheimer.

Cientistas australianos mostraram que uma fotografia da retina poderia dar indícios da presença futura da doença.

Os especialistas fizeram a prova com 110 pessoas sãs, 13 com deterioração cognitiva leve (MCI) e 13 com Alzheimer, e nas imagens destas últimas observaram-se diferenças na vascularização.

Não obstante os resultados, os especialistas sublinharam que são apenas estudos preliminares, os quais precisam ainda ser feitos em maior escala.

Uma sociedade da cidade francesa de Estrasburgo apresentou um teste denominado Amy iHD, que permite detectar a presença de Alzheimer através de mostra de sangue.

Em outra investigação da Washington University, efetuado com 125 pessoas, observou-se que as quedas frequentes poderiam ser um sinal de advertência precoce da doença.

Além disso, em 19 de julho, os cientistas apresentaram as deduções de um novo modelo matemático do risco global de incidência da doença.

Segundo o padrão obtido, uma redução de 25% de fatores de risco crônicos vinculados ao estilo de vida poderia prevenir potencialmente três milhões de casos em todo mundo.

Os elementos mencionados como possíveis causas foram diabetes, obesidade, hipertensão, tabagismo, depressão, baixo nível educativo e pouca atividade física.

Não obstante, os pesquisadores detalharam que estas estimativas são suposições importantes ainda não provadas.

Também na AAIC 2011 se divulgou um experimento com idosos que conservam suas funções normalmente com o fim de criar um índice de "envelhecimento cognotivo resistente".

O objetivo é definir um grupo de fatores que predizem esta estabilidade ao final da vida para utilizá-lo na prática clínica e em investigações.

Fonte: Prensa Latina