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Comerciários piauienses podem decretar greve geral

Os comerciários do Piauí irão realizar uma paralisação de advertência na próxima quarta-feira (27). Cerca de mil trabalhadores devem participar da mobilização e eles prometem impedir a abertura das lojas do Centro comercial de Teresina. Antes disso, na terça (26), os trabalhadores se reunirão para definir se vão ou não à greve geral.

A categoria não descarta a possibilidade de decretar uma greve geral, caso os lojistas não acatem a proposta de reajuste salarial. "Não tivemos avanço nas negociações e decidimos realizar uma paralisação de advertência. Queremos um piso salarial de R$ 642, referente a junho, e R$ 660 a partir de janeiro. Além disso, defendemos a não abertura das lojas no sábado à tarde, bem como o pagamento de diárias para quem trabalha aos domingos", destacou o secretário geral do Sindicato dos Comerciários do Piauí, Gilberto Paixão.

Segundo Paixão, o valor reivindicado foi aprovado para aqueles que trabalham no setor de supermercados, mas recusado pelos demais lojistas. "Por conta disso, estamos num entrave e estamos convocando os comerciários para uma assembleia geral, que vai acontecer na terça-feira, às 18 horas, no espaço cultural dos comerciários. Podemos deflagrar a greve se esta for aprovada na assembleia", explicou.

Gilberto afirmou que os trabalhadores irão se reunir na quarta-feira, no Centro da cidade, e de lá vão percorrer vá-rias ruas, no sentido de garantir que as lojas permaneçam de portas fechadas. De acordo com o secretário, atualmente há 23 mil comerciários só em Teresina. Atualmente, o salário equivale a R$ 596 e a jornada é de 44 horas semanais. O sindicalista denuncia a abertura de lojas aos sábados, prática mais comum na periferia da cidade. "Isso também é comum na zona Leste e nós não aceitamos. Nos shoppings reivindicamos melhores condições para os trabalhadores, que hoje não contam com banheiros, nem refeitórios. Os comerciários dos shoppings estão vivendo como boias-frias", denuncia.

O secretário diz ainda que a greve é legal e pode ser decretada com a aprovação da maioria. O presidente do Sindicato dos Lojistas, Luís Antônio Veloso, afirmou que o reajuste salarial já havia sido acertado anteriormente, mas os trabalhadores voltaram atrás e estão pedindo um percentual maior. Segundo ele, o valor aprovado era de R$ 628. Em relação à mobilização de quarta-feira, o presidente do Sindilojas foi até a Secretaria Estadual de Segurança pedir reforço policial para evitar quebra-quebra durante a manifestação.

"A principal reivindicação deles é em relação ao fechamento das lojas no sábado à tarde. Não concordamos com a proposta, pois cada região e cada setor tem suas particularidades. Estamos pedindo reforço policial para garantir que a mobilização aconteça de forma pacífica", disse. O presidente não falou da possibilidade de atender às reivindicações dos comerciários.