O que esperar da oposição em Mossoró?

Por Gutemberg Dias*

Posso tratar desse assunto. Faço parte da oposição ao modelo político imposto hoje a essa bela cidade do semiárido nordestino que há décadas é dominada politicamente por um mesmo grupo político, os Rosados.

Vejo várias análises na impresa sobre o papel da oposição. Muitas dessas análises dizem que a oposição é apenas um coadjuvante no processo político. Infelizmente tenho que concordar com isso. Não existe um projeto de longo prazo da oposição para Mossoró, os projetos nascem e morrem num período de aproximadamente três meses, ou seja, o tempo que dura o processo eleitoral.

Não dá para acreditar em nomes que surgem do nada e querem se projetar como o grande diferencial para enfrentar o sistema que domina a política local. Os partidos de oposição precisam entender que a união faz a força, mas a organização e, principalmente, humildade é que podem mudar esse quadro que temos hoje. Levará tempo!

Em 2008 tentamos apresentar um projeto novo para Mossoró. Mas, infelizmente o partido que indicou o candidato a prefeito não quis dar continuidade ao processo. E como diz o ditado, "uma andorinha só não faz verão"!

Novamente nos aproximamos de uma outra eleição municipal e a ladainha começa a ser entoada sem muita mudança. O Palácio indica o sucessor e a oposição, sem articulação, tenta, tenta, mas não consegue emplacar um projeto convincente.

Eu, independente do partido ao qual faço parte, só acredito num projeto construído de forma inteligente e sem estrelismo para estabelecermos um mínimo de disputa com esse grupo familiar que domina o cenário político em Mossoró.

Acredito em mudança, mas primeiro os partidos que querem essa mudança precisam, também, acreditar. Bem como, o povo dessa terra que desde quando nasce termina por ser intruido a votar nos mesmos.

Mudar Mossoró passa inexoravelmente em mudarmos também!

*Gutemberg Dias é licenciado em Geografia e presidente Municipal do PCdoB em Mossoró