Um terço da população mundial é portadora de hepatite, diz OMS
Cerca de um terço da população global – ou 2 bilhões de pessoas – foi infectada pela hepatite, doença que atinge o fígado e mata cerca de 1 milhão de vítimas anualmente, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (26).
Publicado 26/07/2011 17:48
E, embora a maioria dos portadores de hepatite não saiba que tem a doença, eles são capazes de transmiti-la sem saber às outras pessoas e, a qualquer momento da vida, ela pode se desenvolver e matá-los ou incapacitá-los, advertiu a agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Essa é uma doença crônica ao redor do mundo inteiro, mas infelizmente, há uma consciência muito baixa sobre ela, mesmo entre os responsáveis pelas políticas de saúde", disse o especialista em hepatite da OMS Steven Wiersma em uma entrevista coletiva.
A conferência marcou o primeiro Dia Mundial contra a Hepatite, da ONU, proposto pelo organismo para aumentar a consciência sobre a doença viral, amplamente disseminada por água e alimentos contaminados, sangue, sêmen e outro fluidos corporais.
Wiersma disse que a doença – que tem cinco vírus principais – produziu um "peso surpreendente" sobre os sistemas de saúde ao redor do planeta e tem o potencial de causar epidemias, assim como é a principal causa de cirrose e câncer de fígado.
Tipos de hepatite
Dos cinco vírus — chamados A, B, C, D e E –, o B é o mais comum e pode ser transmitido pelas mães aos filhos no parto ou na primeira infância, assim como é transmitido por injeções contaminadas ou pelo uso de droga injetável diz um novo documento da OMS. O vírus também pode ser contraído pelo uso comum de instrumentos perfurantes ou cortantes, como seringas e alicates de unha. Para prevenir, é preciso utilizar instrumentos descartáveis, não dividi-los ou pelo menos esterelizá-los adequadamente, como no caso dos alicates de manicures.
O vírus E, transmitido pela água ou por alimentos infectados, é uma causa comum de surtos da doença nos países em desenvolvimento e é registrado cada vez mais em economias desenvolvidas, de acordo com a OMS.
A OMS diz que vacinas eficazes foram desenvolvidas para combater os vírus A e B e também poderão ser usados contra o D. A vacina contra a hepatite E foi desenvolvida, mas ainda não está amplamente disponível. E não há uma vacina eficaz contra o vírus C, transmitido da mesma maneira que o da hepatite B.
Exame de sangue
Outra orientação importante, comumente divulgada por órgãos ligados à saúde pública, é a realização do exame de sangue para identificar o vírus. Com diagnóstico no início da doença, é possível, por exemplo, tratar a hepatite C até que o vírus seja negativado. Caso o tratamento não seja feito, pode ser necessário um transplante de órgão.
As campanhas de vacinação tiveram um sucesso considerável em vários países. Cerca de 180 dos 193 Estados membros da OMS agora incluem a vacina contra hepatite B nos programas de imunização infantil, informou a agência.
Mas são necessárias mais ações para prevenir ou controlar a doença. É vital garantir às pessoas já infectadas o direito de testar para a doença e receber assistência e tratamento de qualidade sem demora, declarou o documento da OMS.
Da redação, com UOL