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Estados Unidos: devagar, quase parando

Enquanto o impasse em torno da dívida pública se arrasta, amplificando o nervosismo dos mercados de capitais, revelam-se nos Estados Unidos novos sinais de debilidade da economia, que caminha a passos de tartaruga, devagar, quase parando. A indústria está estagnada ou em recessão em muitas regiões do país.

O Federal Reserve (FED), banco central dos EUA, informou hoje, 27, que a economia americana cresceu a um ritmo mais vagaroso na maioria das regiões do país desde o início de junho, uma vez que os consumidores reduziram as compras e a produção industrial foi mais débil.

Desacelerando

"A atividade econômica continuou a crescer", disse o banco no Livro Bege. "No entanto, o ritmo foi moderado em muitas áreas." O crescimento se desacelerou em oito das 12 regiões dos Estados Unidos, em comparação à última pesquisa.

O relatório enfatiza a mensagem ao Congresso do presidente do FED, Ben Bernanke, no início deste mês. Ele disse que manter o estímulo monetário recorde era necessário para dinamizar a economia. Bernanke deixou a porta aberta para ações adicionais, incluindo a compra de mais títulos governamentais, se a recuperação fosse colocada em xeque.

Desemprego oficial de 9,2%

Com o desemprego em 9,2%, "a economia ainda precisa muito de apoio", disse ele a parlamentares no discurso semestral sobre política monetária. Pesquisas independentes, com metodologia diferente, abarcando o desemprego oculto pelo desalento, indicam taxas maiores.

O impasse no Legislativo em torno do teto da dívida pública e a imposição de cortes nas despesas públicas para reduzir o déficit amarram as mãos do governo, que a esta altura já não tem muitos recursos para estimular a economia. Por isso, não parece improvável que o banco central volte a usar o recurso das emissões, o que tende a ampliar a queda do dólar nos mercados cambiais.

Indústria vai de mal a pior

A pesquisa do FED, sempre divulgada duas semanas antes da reunião do Comitê de Política Monetária, baseia-se em informações coletadas em 12 bancos regionais da instituição. O relatório de hoje cobre junho e a primeira quinzena de julho. Muitas regiões informaram que a produção industrial se desacelerou ou se manteve estável. O consumo, que responde por 70% da economia, cresceu modestamente. A venda de veículos se desacelerou.

Horas antes da divulgação do relatório, o Departamento de Comércio informou que as encomendas de bens duráveis caíram 2,1% em junho, o que não era esperado. Isso sugere que as empresas estavam perdendo a confiança ao final do segundo trimestre.

Da Redação, com agências