38% das armas do Piauí são ilegais, aponta estudo

É o que consta no estudo, realizado em 2010 pelo Viva Rio em parceria com a Subcomissão de Armas do Congresso Nacional.

Desarmamento
Pelo menos 38% das armas que circulam em posse civil no Piauí são ilegais, seja por falta de registro ou com a numeração adulterada. É o que consta no estudo, realizado em 2010 pelo Viva Rio em parceria com a Subcomissão de Armas do Congresso Nacional. São 85 mil armas nas mãos de civis que não possuem a autorização para portá-las.

Os dados foram encomendados pelo Ministério da Justiça para orientar sua política de combate ao tráfico ilícito de armas. O documento mostra, ainda que o Estado tem 198 mil armas registradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armar (Sinarm). O estudo é apoiado pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

No Piauí, a arma de fogo foi utilizada em 47,2% das mortes ocorridas nos últimos três anos analisados pelo estudo. Em relação à mortalidade o Estado ocupa a 27° colocação entre os estados violentos. A taxa de morte por arma de fogo ficou de 5,7 para cada 100 mil habitantes.

Outro dado significativo revelado pela pesquisa é que existe 1,8 armas para cada 100 habitantes no Piauí. Para reverter essa realidade que atinge a maioria dos Estados brasileiros, foi lançada, no último dia 6 de maio, a Campanha Nacional do Desarmamento 2011 – "Tire uma arma do futuro do Brasil". Até o mês de junho apenas 35 armas haviam sido entregues nos postos de coleta no Estado.

Desde o lançamento nacional da campanha pelo Ministério da Justiça, cada Estado ficou responsável pela ampliação dos postos de coleta. A campanha segue até 31 de dezembro. Depois disso, as entregas continuam sendo aceitas, mas não serão mais anônimas, nem indenizadas. A atual campanha garante o anonimato da pessoa que quer entregar a arma. Diferentemente das duas campanhas anteriores, não está havendo sequer registro de CPF de quem entregar a arma. Em troca, a pessoa recebe de R$ 100 a R$ 300, dependendo do material.

Apenas 0,18% das armas em circulação no Piauí foram regularizadas desde 2008

O estudo do Viva Rio constatou ainda que a taxa de regularização de armas de fogo, no ano de 2008, por mil armas em circulação estimada foi bastante tímida no país. E o Piauí seguiu essa tendência e apenas 0,18% das armas ilegais em circulação foram regularizadas.

Outros estados que apresentaram baixa regularização foram Paraná (0,23), Goiás (0,23), Mato Grosso (0,29) e Rio Grande do Sul (0,43). A taxa foi calculada para uma arma de fogo a cada mil em circulação. Na outra ponta, os destaques foram para os estados de Rondônia (19,28), seguido por Acre (8,54), Distrito Federal (7,19), Pernambuco (2,33) e Sergipe (1,99).

No ano de 2009, quanto à taxa de regularização de armas de fogo por mil em circulação estimada, destaca-se o estado de Rondônia (85,62) como mais cooperativo nesse quesito, seguido por Mato Grosso (28,81), Amapá (18,97), Piauí (17,37) e Pará (16,88). No outro extremo, temos Paraíba (3,12), Amazonas (4,37), Goiás (4,60), São Paulo (4,67) e Rio Grande do Norte (5,17).

Quando é comparada as taxas de regularização entre os dois anos, percebemos haver um aumento nos estados, com exceção do Amapá, cujos dados de 2008 não foram informados. Os estados com maior aumento na taxa de regularização foram: Mato Grosso (9850,7%), Piauí (9585,2%), Rio Grande do Sul (3008,6%), Paraná (2418,3%) e Goiás (1933,4%).

Fonte: Portal O DIA