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Impasse político paralisa processo eleitoral no Nepal

Os partidos Comunista do Nepal (Maoista) e do Congresso Nepali (PCN), tentam esta semana obter um acordo sobre qual de seus candidatos antecederá o outro como premiê em um eventual sistema rotativo de acesso ao cargo.

Manifestação do PC (Maoista) do Nepal

A mídia nepalesa afirma que os candidatos – Baburam Bhattari, dos maoístas, e Sher Bahadur Deuba, do PCN – realizaram vários encontros secretos sem chegar a um denominador comum, de quem será o substituto de Jhalanath Khanal, do Partido Comunista do Nepal (Unificado Marxista-Leninista), que renunciou recentemente ao cargo.

Bhattari pretende ocupar o cargo pela primeira vez; Deuba já o ocupou três vezes. Ambos concordam que, em meio a crise institucional vigente hoje no país, e como representantes das duas principais forças políticas, devem alternar-se na posição de premiê, mas o problema é quem vai ocupá-la em primeiro lugar, segundo comentou um analista local.

Deuba propôs ocupar o cargo da primeira magistratura até cehgar ao fim o complicado processo de paz realizado na nação do Himalaya, cedendo o posto ao candidato indicado pelo PCN (M), para que este dirija a organização e a celebração das eleições.

No entanto, o líder dos maoístas, Pushpa Kamal Dahal (Prachanda), faz questão de que seu partido dirija o processo de paz, assim como lidere a redação da Constituição, por ser a força majoritária no Parlamento.

O presidente Rambaran Yadav, por enquanto, deu o prazo de até 21 de agosto para que as partes formem um governo de consenso, caso contrário encaminhará o assunto ao parlamento.

A atual crise política nepalesa começou em 2009, quando o então premiê Prachanda renunciou diante da decisão de Yadav de revogar a destituição do chefe do Estado Maior do Exército.

O ápice da crise aconteceu no domingo (14), com a renúncia de Khanal, pressionado por todos os lados por causa da sua "incapacidade" de conduzir o processo de paz que acabou com anos de combates no Nepal.

Uma de suas tentativas frustradas foi de criar um acordo entre os partidos políticos sobre como e com quais hierarquias os guerrilheiros deveriam fazer parte do Exército nacional. Os guerrilheiros maoístas abandonaram as armas em 2006 para entrar na vida política e ainda vivem em acampamentos, sem saber qual será seu futuro.

O líder que renunciou também deixou pendente a redação de uma nova Constituição, apesar da fixação de várias datas limites, a última das quais vence no próximo dia 31 de agosto.

Com informações da Prensa Latina