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Centrais sindicais criticam medida do governo para combater crise

O aumento do superávit primário como medida para combater os efeitos da crise econômica mundial no Brasil foi discutido na reunião da presidente Dilma Rousseff , nesta segunda-feira (29), no Palácio do Planalto, com representantes das centrais sindicais. Os líderes sindicais não concordam com a medida e afirmaram que vão manter suas reivindicações.

Centrais sindicais criticam medida do governo para combater crise - Agência Brasil

Também anunciaram para às nove horas desta quarta-feira (31), uma manifestação em frente ao Banco Central, em Brasília, para protestar contra a medida que, segundo eles, é exatamente o contrário do que propõem os trabalhadores.

“O que o governo faz é tirar dinheiro do setor produtivo, isso quer dizer que o mercado interno desaquece, alimenta a ciranda financeira e consequentemente a questão do emprego fica em segundo plano. Tudo isso para enfrentar crise que vai vir”, explica o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes.

Ele avalia que “o governo dá um passo atrás no modelo de política econômica que as centrais sindicais defendem. Infelicidade grande a proposta da presidente. Nós queremos que diminua os superávit primário e os juros”.

A análise dele é reforçada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. "O governo vai tomar exatamente medida oposta da que tomou em 2008, quando diminuiu o superávit para alimentar a economia. Na nossa visão, aumentar o superávit agora é um gesto para o mercado", afirmou.

No encontro, que contou com a participação dos ministros da Fazenda, Guido Mantega; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, os sindicalistas receberam relato do ministro Mantega sobre o cenário da economia mundial e foram informados da decisão de aumento do superávit primário.

Os presidentes das centrais sindicais disseram ainda que durante a reunião apresentaram as principais reivindicações dos trabalhadores, como a redução da taxa de juros, a correção da tabela do Imposto de Renda e o fim do fator previdenciário, entre outras. E manifestaram o propósito de promover reunião entre as centrais sindicais, em São Paulo, em data a ser marcada, para definir outras e novas posições.

O encontro contou também com a participação de membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).

De Brasília
Márcia Xavier