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Medidas contra a crise têm avaliação positiva da base do governo

Na reunião do conselho político, na manhã desta segunda-feira (29), a presidente Dilma Rousseff exercitou a prática de aproximação com as lideranças da base aliada e apresentou as novas medidas para combate da repercussão da crise econômica mundial. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que manifestou as preocupações a respeito do agravamento da crise mundial, avaliou como positiva a receptividade dos líderes governistas sobre medidas.

Governo anuncia aumento do superávit primário: expectativa do fim - PR

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que participou da reunião, o anúncio de elevação do superávit primário, que hoje é R$117 bilhões e passará para R$127 bilhões, “deve ser o início de um período de queda das taxas de juro” e fim dos aumentos que colocam o Brasil como o país com maior taxa de juros.

“A posição firme, sólida, não só do ministro (da Fazenda, Guido Mantega), como da própria presidente (Dilma Roussef), nos leva a acreditar que, de fato possa ocorrer uma redução das taxas de juros, só isso explica a elevação da meta já elevadíssima”, disse a senadora em discurso no Plenário do Senado após a reunião.

E disse ainda que continua confiante na condução da política econômica da presidente Dilma. “Essa é uma questão que diz respeito a uma mudança que deve iniciar agora na macroeconomia brasileira. Essa medida deve iniciar um período de diminuição da taxa básica de juro que é uma das mais elevadas do mundo, se não a maior do mundo. Taxas que não mais podemos suportar”, avalia a senadora, destacando que considerando todas as medidas de desoneração fiscal, o custo do pagamento do serviço da dívida brasileira ainda é maior.

Boa receptividade

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que o aumento do superávit primário em 2011 será incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “Vamos enviar um Projeto de Lei para alterar a LDO, onde está dito que o montante seria de R$ 117,8 bilhões. Vamos alterar para R$ 127,8 bilhões, com os R$ 10 bilhões a mais para esse ano”, anunciou aos líderes partidários.

E avaliou que foi boa a receptividade dos líderes governistas em relação ao aumento da meta de superávit primário para 2011. Segundo ele, a apresentação foi feita aos líderes porque, “no limite, parlamentares é que vão aprovar as medidas que estamos tomando”.

Sem clima

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a presidente Dilma Rousseff pediu apoio do Congresso Nacional no enfrentamento da crise financeira internacional, evitando gastos excedentes. "Neste processo, ao aumentar o superávit (primário), você não vai ter nenhum comprometimento de investimentos, mas não poderão ser criados gastos excedentes sem definir a fonte desses gastos", disse o líder governista.

E adiantou que, diante disso, não há "clima no Congresso para votar a PEC 300 neste ano", que cria o piso nacional para policiais militares e civis e bombeiros. Além, disso, afirmou, a emenda 29, que fixa gastos em saúde, por si só não "resolverá o problema" da área.

"O governo federal tomará, como já tomou neste ano, várias medidas concretas para melhorar a saúde. Não terá pacote, serão medidas paulatinas", avalia Vaccarezza, mencionando que uma das alternativas é cobrar dos planos privados por serviços prestados pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). Conforme observou Vaccarezza, a legislação já determina que as operadoras devem devolver aos cofres públicos os recursos gastos com o atendimento de seus usuários em hospitais do SUS, mas não está sendo cumprido.

Condições positivas

A senadora Vanessa Grazziotin disse que antes de entrarem no debate do tema principal da reunião, a presidente Dilma criticou o fato de setores da grande mídia dizer que as dificuldades do seu governo são herança do Governo Lula. “Ela deixou claro a importância e o papel que cumpriu o presidente Lula para que alcançássemos a estabilidade e as condições positivas para que a nação brasileira esteja a serviço do seu povo e sua gente”, disse.

“Eu avalio que temos muito que avançar, mas se fizermos uma comparação, apenas numérica, do que era antes e depois de Lula, houve melhoria significativa das condições de vida do povo e das possibilidades de o Brasil continuar crescendo”, avalia a senadora, compartilhando com a opinião da presidente Dilma. “O presidente Lula não deixou herança negativa, tudo foi extremamente positivo. O resultado da eleição presidencial demonstra isso”, afirmou a senadora.

De Brasília
Márcia Xavier
Com agências