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Argélia defende decisão de receber família de Kadafi

A representante da Argélia na ONU defendeu a decisão de seu país de receber a mulher e três filhos do líder líbio foragido Muamar Kadafi. Em entrevista, o representante argelino Mourad Benmehidi disse que existe na região uma "regra sagrada de hospitalidade".

O governo argelino afirmou que a decisão se deu por razões humanitárias e que os familiares de Kadafi que a Argélia concordou em receber não se encontram em listas de procurados.

Um porta-voz rebelde disse que a decisão foi "um ato de agressão contra o povo líbio" e afirmou que serão usados todos os meios legais para obrigá-los a regressar à Líbia.

Decisão

O governo da Argélia informou na segunda-feira (29) que integrantes da família de Muamar Kadafi estavam no país. A localização do líder, no entanto, permanece desconhecida.

Em uma declaração divulgada pela agência de notícias estatal argelina, a APS, o Ministério do Exterior da Argélia afirmou que a mulher de Kadafi e três de seus filhos cruzaram a fronteira vindos da Líbia na manhã de ontem.

Entre os familiares do líder líbio que conseguiram entrar na Argélia estão a esposa Safia, a filha Aysha, o filho mais velho, Muhammad, que teria escapado depois de se entregar às forças rebeldes em Trípoli, e outro filho, Hannibal.

No entanto, o Ministério não deu informações sobre o paradeiro de Kadafi, que continua desconhecido desde que os rebeldes tomaram a maior parte da capital líbia na semana passada.

Segundo informações da imprensa local, os primeiros rumores de que a família de Kadafi tinha saído da Líbia foram divulgados pelos rebeldes durante o final de semana. Naquela ocasião, as autoridades argelinas negaram que um comboio tivesse cruzado a fronteira entre os dois países.

Otan

A notícia sobre o paradeiro da família de Kadafi foi divulgada em um momento em que as forças rebeldes da Líbia ainda tentam derrotar as forças leais a Kadafi. Os rebeldes continuam os preparativos para um ataque contra a cidade de Sirte.

Os líderes do movimento rebelde fizeram uma proposta de um cessar-fogo de 48 horas, devido ao feriado muçulmano do Eid, e muitos rebeldes que têm familiares vivendo em Sirte, afirmaram que vão fazer de tudo para evitar derramamento de sangue.

Os comandantes da Otan afirmaram nesta segunda-feira que a campanha aérea contra as forças leais a Kadafi deve continuar, pois a guerra na Líbia está longe do fim. Em uma declaração divulgada depois de uma reunião no Catar, os comandantes da aliança prometeram continuar com os bombardeios.

Fonte: BBC