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Governo americano impõe regras para aniversário do 11 de Setembro

Em um desejo de dar conotação internacional ao décimo aniversário dos ataques de 11 de Setembro de 2001, a administração Barack Obama redigiu um guia especial para a data.

Todas as agências estatais do governo estadunidense receberam em esta semana um programa detalhado a respeito de como o Gabinete Oval quer que sejam feitos os discursos, as palestras, as conferências e outras atividades em relação à data.

A administração recomenda homenagear os americanos mortos nos Estados Unidos, mas aconselha destacar sempre que a Al-Qaida e demais grupos extremistas teriam afetado também outras nações além dos Estados Unidos.

"O tema mais importante será mostrar ao mundo a maneira como entendemos o 11 de Setembro, isto é, que não é questão exclusiva de Washington, os ataques destes grupos violentos se dão em qualquer lugar", afirmou ao The New York Times um funcionário do governo na condição de anonimato.

Um dos pontos do roteiro "comemorativo" dá instruções às missões diplomáticas de como devem ser realizadas as cerimônias fora do território dos Estados Unidos. Outro ponto do guia adverte o público sobre a possibilidade de que se repitam as ações do chamado que os Estados Unidos chamam de "jihadismo muçulmano".

A próxima ocasião pode ser a última em que serão lidos pelos organizadores da cerimônia os quase três mil nomes das pessoas que foram vitimadas pelos ataques.

O prefeito nova-iorquino, Michael Bloomberg, defende a ideia de que essa tradição que dura três horas, é muito longa. Na realidade, a transmissão ao vivo da leitura, pelo décimo ano consecutivo, já incomoda os magnatas das emissoras de televisão locais, que vêm um desperdício de dinheiro, já que não podem vender o tempo para propaganda.

O anúncio foi recebido com dor e revolta pelos parentes dos mortos nos ataques ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, um acontecimento que Washington atribui à rede islâmica extremista Al-Qaida.

"O prefeito deveria saber que o governo de Israel, a cada ano, em um dia especial, lê os nomes de 23 mil judeus que morreram pela construção desse país. O esforço de Nova York é muito menor", comentou Stephan Gerhardt, irmão de uma das vítimas da queda da torre norte, citado por meios de imprensa.

A duas semanas do aniversário do evento mais marcante na história dos Estados Unidos neste século, o presidente Obama assegurou que seu país não espera um novo ataque em vingança pela morte de Osama bin Laden.

"Sempre há risco e os serviços de segurança estão alertas face ao décimo aniversário", afirmou o presidente em declarações à emissora de televisão a cabo CNN.

Segundo Obama, o maior perigo está relacionado hoje com os chamados "lobos solitários", isto é, terroristas individuais como o norueguês Anders Breivik, que matou 77 pessoas na Noruega em 22 de julho.

A nova estratégia antiterrorista apresentada em Washington há três meses reconhece, pela primeira vez, que "extremistas" poderiam recrutar adeptos entre cidadãos estadounidenses para organizar agressões em massa.

Com informações da Prensa Latina