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ONU: Cuba quer agilizar desarmamento nuclear

O vice-chanceler Abelardo Moreno assegurou que Cuba quer dinamizar a Conferência de Desarmamento da Organização de Nações Unidas (ONU) para evitar uma catástrofe climática causada por um confronto nuclear.

Um dos principais objetivos de Cuba à frente da Conferência "é dinamiza-la, para que a mesma cumpra o papel para o qual foi criada (em 1979)", explicou Moreno em declarações ao diário Granma.

Para isso, é necessário definir uma agenda, um programa e objetivos claros que levem em conta as preocupações de todos os países, acrescentou o vice-ministro em referência aos mais de 10 anos em que esta conferência está paralisada.

E essa paralisação ocorre, explicou o chanceler cubano, porque as grandes potências nucleares não estão interessadas em um acordo mundial sobre desarmamento nuclear.

Tendo em vista os perigos que as armas nucleares representam, é hora de adotar o caminho para a paz e descartar, assim, a possibilidade de uma catástrofe climática provocada por essa energia nuclear, afirmou depois de recordar a existência de aproximadamente 20 mil desses artefatos no mundo.

Moreno acrescentou que a existência desse material, sete mil em condições de uso imediato, já representa um grave perigo para a paz e segurança internacionais. Mas o potencial de destruição e a ameaça crescem ainda mais em função dos países que detêm esse armamento e da bandeira ideológica que eles defendem.

Em sua opinião, os grandes centros de poder querem que a Conferência (de 65 membros) simplesmente se dedique no futuro imediato à negociação de um tratado que tão somente controle a futura produção dos materiais utilizados na fabricação de armas.

“A tese de Cuba e a do Movimento de Países não-alinhados (Mnoal) é que, ainda que o tema seja grave, ele não garante o desarmamento nuclear”, destacou o vice-ministro de Relações Exteriores.

Há, inclusive, países que querem neutralizar a Conferência e propor o investimento em processos de negociação alternativos, uma opção que, para o diplomata, representaria um perigoso retrocesso.

“Se vamos trabalhar para valer pelo desarmamento nuclear esse trabalho tem que ser feito no contexto da principal instituição multilateral existente, a ONU”, enfatizou.

“Afinal, a solução não está em ignorar este órgão ou minimizar sua importância, pelo contrário, hoje mais que nunca é uma responsabilidade de todos preservar e fortalecer a Conferência”, concluiu.

Fonte: Prensa Latina