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Portugal: a maior demissão de professores da história

Nesta quarta (31), o governo português anunciou a demissão de mais de 37 mil professores, muitos com vários anos de carreira pública e a maioria sem condições de se recolocar em curto período.

A demissão em massa é resultado, segundo o Partido Comunista de Portugal, “de uma política educacional que atende exclusivamente a interesses econômicos”, desconsiderando a realidade da escola pública e a importância de um ensino de qualidade para formar crianças e adolescentes que constituirão a nova geração de líderes no país.

Perdas irrecuperáveis

Mais de três mil e quinhentas escolas do 1º ciclo do Ensino Básico foram fechadas nos últimos cinco anos, o número de alunos por turma no 1º e 2º ciclos do Ensino Básico foi aumentado sem critério e houve redução do crédito de horas atribuídos às escolas. Tudo isso contribuiu para a desqualificação da escola pública e a demissão coletiva desta quarta.

Ignorando o cenário de desqualificação e turbulências, o ministério da Educação teve o disparate de anunciar – denuncia o PCP — que “o mais importante na Educação é melhorar a aprendizagem dos alunos”, proposição que é totalmente contrariada pelos atos do governo em relação ao setor.

À demissão coletiva somam-se os cortes orçamentários de dezenas de milhões de euros para os próximos anos, medidas que demonstram a completa falta de preocupação com a qualidade do ensino e com o combate ao insucesso e evasão escolar.

A crise econômica mundial está sendo usada como desculpa, ainda segundo o PCP, para o governo continuar criando medidas que prejudicam o ensino público. Ainda nesta quarta (31), a ministério das finanças medidas que mantêm a decisão de fechar mais escolas do 1º ciclo e dar continuidade ao processo de constituir “mega-agrupamentos” (turmas numerosas), o que faz prever novas levas de desemprego.

Aos direta ou indiretamente atingidos pelo desemprego de prefessores, sejam os demitidos, alunos ou pais, o PCP reitera a convicção de que esta “não é uma situação inevitável e que existe um caminho alternativo, por isso a luta pelo direito à Educação e ao ensino, concretizada por meio de uma escola pública de qualidade, gratuita, uma escola para todos, é um imperativo nacional nesta fase da vida do país”.

*Christiane Marcondes com informações do Partido Comunista Português