Protestos em vários estados marcam semana em defesa da educação

A semana começou agitada em Teresina (PI), onde estudantes protestaram por cinco dias seguidos e conseguiram a suspensão do aumento da passagem de ônibus. Na quarta-feira (31/08), estudantes liderados pela UNE e pela Ubes lavaram a sede do Banco Central, em Brasília, contra o aumentos dos juros e em defesa de 10% do PIB para a educação. Nesta sexta-feira (2/09) foi a vez dos professores paulistas protestarem em frente a secretaria estadual de educação contra o parcelamento do reajuste salarial.

Os professores da rede pública de São Paulo também protestaram contra o parcelamento das férias da categoria.

Para Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, presidente da Apeosep (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) a assembleia realizada nesta sexta serviu para mostrar ao governo o descontentamento com os “parcelamentos” do reajuste salarial em quatro anos e das férias (quinze dias em julho e quinze dias em janeiro). “Nossa reivindicação é um reajuste de 36,74% já”, afirma Bebel. De acordo com uma enquete realizada pela Apeoesp 80% dos professores são contra parcelar as férias.

A TV Vermelho acompanhou a assembléia e falou com alguns professores presentes no protesto. Para a maioria dos entrevistados, a medida de parcelamento vai piorar ainda mais a qualidade de ensino, agravando a situação dramática por que passa a educação básica em SP.

Veja abaixo a nota da Apeoesp sobre a assembléia:

Reunidos em assembleia nesta sexta-feira, 2, na Praça da República, centro da Capital, cerca de cinco mil professores aprovaram uma série de ações em defesa dos direitos da categoria e por mais investimentos na escola pública.

Entre as ações, os professores participarão, em 26 de outubro, da Marcha em defesa dos 10% do PIB e 50% dos recursos do pré-sal para a educação pública. A atividade, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, será em Brasília e também exigirá o cumprimento da Lei do Piso Profissional Nacional que garante 1/3 da jornada dos professores para atividades extraclasse.

Em São Paulo, os professores organizarão um dia de aulas com a jornada determinada pela Lei do Piso. Também manterão pressão sobre o governo estadual pela revogação da Resolução 44 que propõe parcelamento das férias da categoria: 15 dias em julho e 15 em janeiro. Além disso, a categoria quer ampla discussão sobre um novo plano de carreira e que a atribuição de aulas para o próximo ano seja realizada em dezembro, assegurando-se férias integrais a todos os docentes.
Em 18 de outubro, os professores realizarão reunião de representantes em todas as regiões do Estado. Na oportunidade, avaliarão a possibilidade de nova assembleia estadual.
 

Protestos pelo país

Depois de cinco dias de protestos vigorosos em Teresina (PI) por causa do aumento das passagens de ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10, o prefeito da cidade, Elmano Férrer (PTB), anunciou nesta sexta-feira (2) a suspensão do decreto que determinava o reajuste das tarifas. A medida é válida por 30 dias, até a conclusão de uma auditoria convocada pela prefeitura.

“Estudante na rua, qual é sua missão? 10% do PIB para educação”. A palavra de ordem foi o mote da manifestação que a União Nacional dos Estudantes (UNE) promoveu, na quarta, encerrando as atividades do Agosto Verde Amarelo. Os estudantes se concentraram em frente a agência do Banco Central; de lá saíram na Marcha dos Estudantes, percorrendo toda a Esplanada dos Ministérios, até o Congresso Nacional, onde repetiram suas reivindicações.

A estudante chilena Camila Vallejo participou do protesto e agradeceu ao povo brasileiro pela solidariedade à luta dos estudantes chilenos.

Fonte: da redação, com informações de agências

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