Seminário discutirá rede de atenção à pessoa com deficiência

A estruturação dessas unidades antecipa a proposta de organização da Rede de Atendimento à Pessoa com Deficiência que será discutida no II Seminário de Políticas de Saúde em Atenção à Pessoa com Deficiência, que a Sesa realiza no dia 19 de setembro, das 8 às 16 horas, na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), Avenida Antonio Justa, 3161, Meireles.

Na atenção à saúde da pessoa com deficiência, a Sesa realiza ações de prevenção assistência e reabilitação. Adquiriu aparelho oftalmoscópios para 221 maternidades de todo o Estado. O aparelho realiza o teste do olhinho, ou teste do reflexo vermelho, exame que pode detectar e ajudar a prevenir diversas doenças oculares, assim como o agravamento dessas patologias, como a cegueira irreversível.

Para melhorar a qualidade da atenção à pessoa com deficiência auditiva na rede de assistência do SUS, a Sesa realiza desde 2009 capacitação de profissionais de saúde em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), com a realização de duas oficinas até o ano passado. Este ano, está sendo realizado até outubro o Curso de Libras para Profissionais de Saúde para 90 profissionais de saúde. Os participantes do curso estão aprendendo a receber o paciente surdo nos diversos ambientes da área da saúde, como ambulatório, internação e centro cirúrgico, comunicando-se por intermédio da Libras.

Implante coclear

Na área da reabilitação, o Hospital Geral de Fortaleza, unidade da rede estadual, realiza, entre outras ações voltadas para a pessoa com deficiência auditiva, o implante coclear para deficientes auditivos. O HGF foi credenciado pelo Ministério da Saúde para realizar cirurgias de implante coclear em dezembro de 2009. No ano passado, o HGF realizou 24 implantes, meta estabelecida pelo próprio Ministério. Para 2011, a previsão é ampliar o número de implantes realizados para 36. O Ministério da Saúde investe R$ 45,8 mil para o atendimento de cada paciente. O SUS fornece o ouvido biônico, uma prótese que é implantada por meio de cirurgia no ouvido de pacientes com deficiência auditiva. O equipamento auxilia o cérebro a interpretar os estímulos sonoros, devolvendo o sentido ao paciente.

O redimensionamento da rede de assistência à saúde promovido pelo Governo do Estado, com a construção de quatro hospitais regionais no Cariri, Zona Norte, Sertão Central e Maciço de Baturité, e a implantação de 22 policlínicas, garante, também, maior oferta de serviços às pessoas com deficiência. Todas as policlínicas contam com salas de avaliação do pé diabético para a assistência aos pacientes com diabetes e prevenir agravamentos e evitar perdas dos membros inferiores. As novas unidades também contam com serviços especializados de fisioterapia e terapia ocupacional.

O Censo populacional de 2000 (IBGE) identificou que o Ceará está entre os cinco estados brasileiros com maior número de pessoas com deficiência (17,34% da população). Fortaleza possui atualmente aproximadamente 293 mil pessoas com deficiência. De acordo com o Censo de 2000, no Brasil 24,5 milhões de pessoas (14,5% da população) têm algum tipo de deficiência, desde alguma dificuldade para andar, ouvir e enxergar, até as graves lesões incapacitantes. Foram detectadas 48% de pessoas com deficiência visual, 23% com deficiência motora, 17% com deficiência auditiva, 8% com deficiência intelectual e 4% com deficiência física.

As principais causas de deficiência estão correlacionadas a eventos como transtornos congênitos e perinatais, doenças transmissíveis e crônicas, perturbações psiquiátricas, abusos de álcool e droga, desnutrição, traumas e lesões (violência, acidentes no trânsito, no trabalho e na moradia). A elas somam-se as conseqüências das mudanças do perfil epidemiológico e o aumento da esperança de vida no país, que amplia a necessidade de ações de prevenção voltadas ao diabetes, hipertensão arterial, doenças vasculares, quedas de pessoas idosas e traumas.

Programação

Fonte: Sesa