12 estudantes são presos em manifestação em Honduras
Nesta quinta (1º), durante uma manifestação popular e pacífica por educação gratuita e pela defesa dos direitos humanos, econômicos e sociais, na cidade de São Pedro Sula Cortes, em Honduras, os manifestantes foram reprimidos pela polícia. O ato resultou na prisão de 12 estudantes. Outros quatro ficaram feridos. Os manifestantes também pediam o fim dos assassinatos de campesinos em Bajo Aguán.
Publicado 02/09/2011 19:40
De acordo com a Frente Unitária do Colégio de Professores de Educação Média (COPEMH) Cortes, a mobilização saiu do Instituto Primeiro de Maio chegando até a Ponte Mártires, localizada no Centro Comercial Megaplaza, na saída de Lima Cortes, local onde os estudantes foram presos. A entidade relatou que a polícia utilizou bomba lacrimogênea e gás pimenta. As organizações em defesa dos estudantes denunciam que eles foram maltratados e que se encontram em locais com más condições de instalações e de higiene.
"Viemos para as ruas de nosso país para exigir o respeito à vida, denunciamos para o mundo o holocausto a que nos submeteu a oligarquia racista e selvagem que entrou no poder e no governo de nosso país. Um dia sim e outro também matam a nossos líderes campesinos, estudantes, profissionais sem que o mundo levante a voz em defesa de nossos Direitos Humanos, sem que nenhum país se pronuncie contra este regime”, expressou em comunicado, o Departamento 19.
A Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) também denunciou o desaparecimento do dirigente estudantil Kevin Noel Ramos, de 18 anos, que foi capturado por pessoas desconhecidas em um carro sem placas, após uma jornada de repressão contra estudantes secundários em La Esperanza, Intibucá. Segundo a organização, há poucos dias o jovem havia sido ameaçado pela polícia.
Há mais de um mês os estudantes secundários estão em greve em Honduras, ocupando dezenas de colégios em todo o país. Eles protestam contra a Lei Geral de Educação, que enfrenta forte oposição popular devido à proposta na mudança do sistema de educação, estabelecendo o ensino pré-básico e a educação primária, que iria até o nono ano.
Com isso, a educação, a partir do décimo ano, não seria mais financiada pelo governo, o que implicaria na sua privatização, uma vez que seria custeada pelas famílias, em institutos privados. Os maiores de 15 anos também sofreriam duro golpe, pois o projeto estabelece que o governo deixa de financiar a educação a partir dessa idade.
Fonte: Adital