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Ciclo de Filmes sobre ditaduras quer ajudar resgate da verdade

O Ciclo de Filmes "Cine Memória e Verdade”, que será exibido nesta sexta-feira ( 2), simultaneamente, em Brasília e São Paulo, quer sensibilizar os interessados na temática das ditaduras latino-americanas e exigir que o Brasil cumpra com a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos referente à questão da Guerrilha do Araguaia.

Ciclo de Filmes sobre ditaduras quer ajudar resgate da verdade

A Procuradoria Geral da República (PGR) e as duas unidades do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, que promovem o evento, informam que estão engajados em fazer a sua parte para que o Estado brasileiro cumpra a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso Gomes/Lund (Guerrilha do Araguaia) de novembro de 2010.

A sentença condena o Brasil a uma série de ações com caráter imediato, visando à localização dos corpos ainda desaparecidos, à abertura de arquivos, assim como reparações às famílias das vítimas. Também exige do Estado tanto medidas judiciais efetivas para a responsabilização individual pelos crimes cometidos, como outras de caráter mais geral objetivando o resgate da Verdade Histórica sobre os fatos ocorridos.

Busca incansável

Segundo a procuradora federal dos direitos do cidadão, Gilda Carvalho, a exibição de filmes que retratam situações vivenciadas nesse momento histórico da República brasileira tem por objetivo chamar à reflexão os agentes públicos para que episódios como esses jamais voltem a ocorrer.

O procurador regional dos direitos do cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, ressaltou que "é extremamente importante que busquemos incansavelmente a verdade sobre o nosso passado para que, no futuro, não sejam cometidos os mesmos erros".

O ciclo de filmes antecede uma iniciativa da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão que realizarão, em conjunto com o Ministério da Justiça e o Centro Internacional para a Justiça de Transição (ICTJ), o 1º Workshop Internacional sobre Justiça de Transição, voltado para procuradores da República, nos próximos dias 12 e 13 de setembro, em Brasília.

Programação

Antes de cada filme (a programação será idêntica em todas as unidades que exibirem o ciclo) será exibido o curta "Anistia 30 Anos", produzido pela Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça.

11h – Sônia Morta e Viva
Documentário. Brasil. 1985. Direção: Sérgio Waisman. Duração: 45 min.
Trajetória da militante revolucionária Sônia Moraes Angel Jones.

13h – A História Oficial (La Historia Oficial)
Drama. Argentina. 1985. Direção:Luis Puenzo.
Elenco: Norma Aleandro, Héctor Alterio, Chunchuna Villafañe, Hugo Arana e Guillermo Battaglia
A História Oficial foi um dos dois filmes produzidos na América Latina a receber o Oscar de melhor filme estrangeiro (o outro foi O Segredo de Seus Olhos, em 2010). O filme conta a história de uma professora da classe média argentina que descobre que a criança que adotou pode ser filha de presos políticos da ditadura militar (1976-1983).

15h – Vala Comum
Brasil, 1994. Direção: João Godoy. Documentário. 30 minutos.
A partir de uma vala comum clandestina encontrada no Cemitério de Perus na cidade de São Paulo, um passado mantido oculto emerge para exumar uma parte da história recente do país.

17h – Que Bom te Ver Viva
Brasil, 1989. Direção: Lucia Murat. Parte documentário, parte ficção. 100 minutos.
Mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavando os depoimentos verídicos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura.

Serviço:
Em Brasília, a exibição será no Auditório JK, da Procuradoria Geral da República.
Entrada franca.

Em São Paulo, a exibição será na Procuradoria Regional da República da 3ª Região, localizada na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nº 2020. Os interessados podem adquirir os ingressos uma hora antes de cada sessão.
Entrada franca.