Operário morto pela ditadura ganha homenagem da Câmara de SP

Em 15 de agosto a Câmara de Vereadores de São Paulo concedeu o título de Cidadão Paulistano a Virgilio Gomes da Silva (Jonas), um operário da indústria química e dirigente do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos do estado. Foi preso durante 4 meses em 1964. Perseguido por sua militância, não conseguia emprego nas fábricas e sobreviveu mantendo um pequeno bar. Militantes presos na mesma época afirmam que a polícia torturou sua mulher e o filho mais novo, ainda bebê, para obrigá-lo a colaborar.

Virgílio, ex-guerrilheiro da Ação Libertadora Nacional (ALN), foi preso novamente em 29 de setembro de 1969, na Avenida Duque de Caxias, cento da capital paulista, por agentes da Operação Bandeirantes – Oban (DOI-CODI/SP). O operário não resitiu a tortura é morreu na sede da Oban, nas mãos dos assassinos liderados pelo major Inocêncio F. de Matos Beltrão e pelo Major Valdir Coelho, chefes daquele centro de torturas. Laudos encontrados, por acaso, em 2004 no Arquivo do Estado comprovaram que de fato Virgílio foi assassinado dentro da Oban.

A homenagem da Câmara de SP se soma a a sessão histórica, realizada em outubro de 2005 pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que aprovou concessão de anistia post-mortem para Virgílio. A comissão aprovou também anistia para dois filhos do casal, Vladimir e Isabel Maria Gomes da Silva. Os dois, quando crianças, foram parar na prisão acompanhando a mãe e foram ameaçados por agentes da ditadura de serem entregues para adoção. Foi aprovada ainda o pagamento de indenização, em prestação única, de R$ 100 mil para cada um dos processos, valor máximo desse tipo de reparação.

Fonte: da redação, com agências