UJS teve presença destacada em Semana de Luta
O estopim foi o aumento de mais de 10% no preço da passagem de ônibus em Teresina, e várias entidades dirigidas por comunistas estiveram à frente das manifestações, mas foi da juventude a atuação mais marcante.
Publicado 06/09/2011 11:20 | Editado 04/03/2020 17:00
O primeiro dia foi marcado pela indignação coletiva dos estudantes, que entraram em confronto com a polícia militar. A tropa de choque foi acionada e efetuou tiros de bala de borracha e usou spray de pimenta contra os estudantes que por volta de meio dia já eram cerca de 200. No momento em que alguns estudantes foram detidos, mesmo sem esboçar reação, alguns jovens chegaram a ser agredidos por policiais.
Na terça-feira os atos policiais só aumentaram a indignação dos manifestantes, que com outras entidades continuaram a mobilização através das redes sociais e conseguiram parar o Centro da Cidade por toda à tarde, sendo que o protesto cada vez mais conquistava a população teresinense.
No terceiro dia de protesto, ainda concentrados na Avenida Frei Serafim uma massa lutadora estudantil e dos movimentos sociais se dirigiram para o Palácio da Cidade, onde não foram recebidos pelo Prefeito, mostrando a intransigência em não negociar. Houve novos confrontos na Praça da Bandeira entre policiais e estudantes. No final da tarde o Ministério Público Estadual promoveu uma rodada de negociações com os estudantes e a Prefeitura, que não obteve nenhum avanço no diálogo, ficando acordado que o Prefeito Elmano Férrer daria uma resposta na quinta-feira.
Com quatro dias de mobilização os estudantes de todas as partes da cidade se dirigiram novamente para o Palácio da Cidade para obter uma resposta do Prefeito, que mais uma vez negou a redução do aumento da passagem. A ação do Prefeito deixou os manifestantes mais revoltados ainda que saíram pelas ruas de Teresina em atos de rebeldia, chegando a incendiar ônibus. As manifestações transcorreram até à noite, pois o SETUT tirou os ônibus de circulação e os atos foram matérias em jornais de redes de televisão nacionais.
Ainda na quinta-feira, o diretor do DCE/UFPI, Cássio Borges (foto) foi convidado para um debate em uma TV local, o que foi fator fundamental para o recuo do prefeito na sexta-feira, pois durante o debate Cássio Borges (presidente da UJS-PI) argumentou que a prefeitura suspendesse o aumento até a conclusão da auditoria nas 13 empresas de ônibus e descontruiu a imagem negativa do movimento que estava sendo potencializada pela imprensa.
Sexta-feira era o quinto dia de manifestação e o movimento se dirigiu à Câmara Municipal para tentar o apoio dos vereadores, ainda na Câmara os estudantes foram informados que depois de cinco dias de pressão o prefeito cede, e suspende o valor de R$ 2,10 por 30 dias, prorrogáveis por mais 30, a primeira vez que uma manifestação de rua consegue uma vitória dessas. Com o ato o prefeito autorizou a participação dos estudantes na Comissão de Auditoria.
Cássio durante anúncio da redução da passagem – UJS é destaque
Estima-se que durantes os atos cerca de 15.000 pessoas ocuparam as ruas de Teresina em protesto por mais de 5 dias, totalizando umas 60 horas de manifestação. Os atos foram organizados entre outras entidades pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Piauí – DCE/UFPI, Coletivo da União Nacional dos Estudantes – UNE-PI, União Brasileira de Estudantes Secundaristas – UBES-PI, União Municipal de Estudantes – UMES, União da Juventude Socialista UJS-PI e Fórum Estadual do Transporte Público.
Gardiê Silveira