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OLP deplora "desprezo" americano a árabes por Estado palestino

A liderança política palestina acusou nesta quinta-feira (8) os Estados Unidos de mostrarem desprezo pelos árabes ao tentarem impedir o reconhecimento na ONU de um Estado palestino, lembrando que existem amplas diferenças nesse tema.

Segundo o secretário-geral da Organização para a Libertação de Palestina (OLP), Iasser Abed Rabbo, Washington teme que a ação da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na ONU "possa emaranhar ainda mais os agonizantes esforços norte-americanos para reviver o processo de paz".

Abed Rabbo considerou que a política do governo de Barack Obama, principal aliado de Israel, "agora parece estar confinada a um ponto: frear os esforços palestinos de impulsionar sua iniciativa diplomática nas Nações Unidas".

Em setembro de 2010 a Casa Branca promoveu negociações de paz entre Israel e a ANP, mas essas fracassaram apenas 24 dias depois de iniciadas, porque o premiê sionista, Benjamin Netanyahu, se recusou a congelar a ampliação de colônias ilegais na Cisjordânia.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, e a direção da OLP, a instância política da ANP, decidiram abandonar as conversações até que Telavive voltasse atrás na sua política de judeicização dos territórios árabes ocupados na Faixa Ocidental.

Abed Rabbo considerou que "o assunto não são as colônias, a independência palestina, os direitos do povo palestino ou deter as criminosas violações perpetradas pelos colonos judeus contra o povo palestino".

"Tudo isto está sendo ignorado (por Washington) e o único tema tem sido pressionar nossa parte para não irmos à ONU", ressaltou o político ao acrescentar que "isso mostra não só desdém pela posição palestina, senão também menosprezo pelo que está passando na região árabe".

A ANP procura o reconhecimento do Estado palestino independente na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e Jerusalém do Leste, onde deverá instalar sua capital, mas esses territórios estão ocupados por Israel desde a chamada Guerra dos Seis Dias, de junho de 1967.

A fim de boicotar o plano palestino, os Estados Unidos enviaram a Telavive e a Ramalá seu enviado para a paz no Médio Oriente, David Hale, e o alto funcionário da Casa Branca Dennis Ross, que falaram separadamente com Netanyahu, Abbas e outras autoridades.

No entanto, o porta-voz da ANP, Nabil Abu Rudeina, admitiu que as diferenças com os estadunidenses "são ainda amplas e não renunciaremos ao propósito de buscar o reconhecimento na Assembleia Geral da ONU durante sua reunião anual" no final deste mês.

Fonte: Prensa Latina