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Guatemala: eleição de ex-general é uma "ameaça", diz Menchú

No domingo (11), a Guatemala realizará eleições para definir o novo presidente do país. Até o momento, segundo as pesquisas de opinião, o ex-general Otto Pérez Molina lidera com 42,6% das intenções de voto, seguido pelo empresário Manuel Baldizón, com 26,2% O cenário eleitoral, porém, é bastante incerto e para alguns até mesmo "perigoso".

A candidata da esquerda pela aliança Frente Ampla, Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz pela sua campanha pelos direitos humanos, especialmente a favor dos povos indígenas, classificou a possível vitória de Pérez Molina como "uma ameaça". Para ela, os meios de comunicação guatemaltecos estão impondo um favoritismo ao ex-general, o que prejudica os outros candidatos.

"Minha candidatura chegou a ser ignorada por alguns meios de comunicação, que sequer incluíam meu nome nas pesquisas de opinião", denunciou ela em entrevista à Radio del Sur. "Eles dizem que temos apenas dois pontinhos percentuais", acrescentou. Segundo Menchú, a esquerda na Guatemala ainda é muito nova, mas mesmo assim está bastante forte, já que as próprias pesquisas apontam vitória de candidatos da Frente Ampla em algumas regiões do país.

Para a candidata da esquerda, a "imposição do favoritismo" de Pérez Molina não prejudica apenas os outros candidatos, mas sim toda a sociedade guatemalteca. "Com ele estão todos estes grupos radicais contra-insurgentes que mataram muita gente no passado só por discordarem de suas ideais, perseguiram sindicalistas e líderes camponeses", afirmou.

O ex-general é acusado de participar de atos de repressão durante a década de 1980, quando se envolveu na violação de direitos humanos durante a guerra contra-insurgente que deixou mais de 200 mil mortos na Guatemala.

Além do sétimo presidente desde o retorno da democracia, em 1986, e o sucessor de Álvaro Colom, os guatemaltecos elegerão 158 deputados para o Congresso do país neste domingo De acordo com a imprensa local, estima-se que 7,3 milhões de pessoas estejam aptas para votar.

Fonte: Opera Mundi