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Os desafios da segurança e mobilidade na Copa 2014

Cada vez mais nos concentramos em cidades. Nos Estados Unidos, por exemplo, 243 milhões de norte-americanos se concentram nos 3% da área do país que correspondem às suas zonas urbanas. Na cidade e no entorno de Tóquio, no Japão, são 36 milhões de pessoas.

Por Cezar Taurion*

Existem inúmeros problemas nas grandes e médias cidades, mas indiscutivelmente elas têm sido os motores de inovações em resposta a problemas gerados por concentração populacional. Mas, desenvolvendo os temas segurança e mobilidade urbana, como estamos aqui no Brasil?

Em breve teremos uma Copa do Mundo e a imagem do país estará literalmente em jogo. Claro que os esforços e investimentos em melhoria da segurança pública e mobilidade urbana não devem ser feitas apenas para a Copa, mas devem ser deixadas como legado.

Em termos de segurança, vemos que falta tecnologia e informação. Um exemplo gritante é que o próprio Ministério da Justiça trata dados sobre homicídios no país com base nas informações geradas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Claro que os esforços e investimentos em melhoria da segurança pública e mobilidade urbana não devem ser feitas apenas para a Copa, mas devem ser deixadas como legado.

Pelo lado da mobilidade urbana, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) lançou um novo estudo, relacionando o crescimento populacional nas regiões metropolitanas brasileiras à necessidade de expansão dos sistemas de transporte em massa. O relatório intitulado Dinâmica populacional e sistema de mobilidade nas metrópoles brasileiras
foi lançado em 28 de julho de 2011.

É uma leitura que ajuda a entender os desafios da mobilidade urbana nos grandes centros urbanos brasileiros. Mostra que existe uma tendência de aumento da população na periferia das regiões metropolitanas, mas com os empregos ainda fortemente concentrados nos municípios centrais destas regiões, com fortes efeitos sobre a demanda dos meios de transporte. Novas soluções devem ser pensadas, e vemos como bons exemplos os corredores de ônibus, adotados em várias cidades no mundo inteiro.

Estes corredores, ou BRTs (Bus Rapid Transit – http://pt.wikipedia.org/wiki/Bus_Rapid_Transit), apresentam custos bem menores que os metrôs e, na prática, utilizam os principais atributos destes, como operação em vias segregadas, embarques em nível e veículos de grande capacidade.

Mas, o que há de comum nas soluções a serem desenhadas para tornarem as cidades mais inteligentes, com mais segurança e melhor mobilidade urbana? A resposta é o uso otimizado das informações e tecnologias. As cidades que obtém sucesso usam intensamente o conceito de cidades inteligentes como Cingapura, com seu tráfego inteligente.

Para tratar este imenso volume de informações hoje disponíveis, muitas geradas em tempo real, é necessário criar um centro de operações para a cidade. Este centro pode ser específico para um setor, como operações de trânsito, ou mais amplo, apresentando uma visão holística das informações sobre a cidade.

*Fonte: Portal 2014 – Cezar Taurion é  diretor de tecnologias da IBM Brasil