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Ex-presidente peruano enfrentará longa investigação

O ex-presidente peruano, Alan Garcia, terá que enfrentar uma longa investigação sobre acusações de corrupção em seu governo, a cargo de uma comissão criada pelo Congresso quase por unanimidade.

A comissão de investigação foi aprovada na quarta-feira (14) por 110 votos a favor e duas abstenções, sem oposição alguma, e questionará exaustivamente sobre possíveis infrações à Constituição e delitos de enriquecimento ilícito e outros atos de corrupção.

As investigações terão um prazo de um ano e estarão focadas em cerca de 400 decretos de urgência e legislativos baixados pelo governo como forma de realizar obras públicas e outorgar concessões, sem atender aos requisitos de controle.

Também as licitações de projetos de irrigação, transmissão de eletricidade, estradas, geração de energia e outras obras de infraestrutura, bem como manejos ilegais da previdência social, a empresa de água potável de Lima e outras instâncias.

Outro tema das investigações será o das comutações de penas e indultos de presos, que entre os primeiros permitiram a liberdade de cinco mil reclusos, destes 3.226 condenados por narcotráfico, atividade com grande poder corruptor.

Entre os ministros de Garcia que serão investigado destaca-se o ex-premiê Jorge Castillo, que em outubro de 2008 teve que deixar o cargo ao se ver envolvido com uma rede de corrupção.

Também os ex-ministros dos Transportes, Enrique Cornejo Ramírez, da Saúde, Hernán Garrido Lecca, e da Justiça Aurelio Pastor, os dois primeiros envolvidos com grandes obras de infraestrutura e o terceiro com o tema dos indultos e comutações de penas.

O pequeno grupo de parlamentares do Apra, partido de Garcia, tentou fezer com que a comissão se limite a investigar temas pontuais e não todo o governo de García, mas não conseguiram acolhida.

Horas antes da sessão parlamentar que criou a chamada "megacomissão", o ex-presidente insinuava que era objeto de perseguição política e negava responsabilidades nos temas mencionados, transferindo-as a ministros e outros servidores públicos menores.

Em declarações públicas, Garcia alegou que em seu governo não houve corrupção excessiva e que este mau é endêmico e consequência inclusive da pobreza, com o aparente desejo de minimizar o problema em seu governo.

O congressista socialista Javier Dez Canseco, principal impulsionador da investigação aprovada, negou que esta seja uma caça às bruxas de tipo político e assinalou que Garcia tem graves responsabilidades que enfrentar e não só permitiu como deixou impune a corrupção.

Esta é uma caçada, mas de corruptos, vamos levá-los à justiça para que esta decida, assinalou o parlamentar.

Prensa Latina