Nos EUA, Mantega promete superávit primário de 3,3%
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou hoje, em Nova York, o compromisso do governo brasileiro com a meta de superávit primário deste ano, embora algumas despesas que haviam sido contingenciadas no início do ano tenham sido liberadas.
Publicado 20/09/2011 18:06
O superávit é uma exigência do sistema financeiro criticada pelos movimentos sociais, já que se trata de uma economia de verbas públicas feita exclusivamente para pagar juros, em detrimento dos investimentos em infra-estrutura, saúde, educação, valorização do funcionalismo, concursos públicos e novas contratações. Mais de 100 bilhões de reais devem ser economizados pelo governo neste ano para este objetivo.
Garantia
“Pode parecer que estamos poupando menos. Não. Eu posso garantir, eu sou responsável por isso, que no fim do ano nós teremos um superávit primário de 3,3% como foi acordado, e no próximo anos, nós vamos manter a mesma trajetória”, declarou Mantega em entrevista exclusiva à Dow Jones Newswires e ao Wall Street Journal.
“Vamos continuar com uma política fiscal sólida neste e nos próximos anos no Brasil”, afirmou. Uma revisão bimestral dos gastos divulgada ontem pelo Ministério do Planejamento revelou que o governo gastará cerca de R$ 11 bilhões dos R$ 50 bilhões que haviam sido contingenciados em fevereiro. O governo havia retido os recursos como parte do seu plano para conter o gasto público e contribuir com os esforços para reduzir a inflação.
“O que houve foi uma espécie de ajuste de despesas. Alguns gastos foram subestimados. Se eu não estou enganado, nós gastamos mais em benefícios aos desempregados”, explicou Mantega.
“Não há nenhuma mudança na trajetória. Nossa trajetória caminha para um bom ajuste fiscal, uma consolidação fiscal para conter o crescimento dos gastos e elevar o superávit primário”, afirmou o ministro. “Eu quero dizer que o compromisso de elevar o superávit primário, que era de 3% e agora vai para 3,3%, 3,2%, será cumprido.”
Fonte: Dow Jones