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Pena de morte: Troy Davis tenta último recurso no Supremo dos EUA

A Suprema Corte do estado americano da Geórgia rejeitou no fim da tarde desta quarta-feira (21) o recurso para evitar a execução de Troy Davis, e seus advogados apelaram à Suprema Corte dos Estados Unidos, 90 minutos antes do horário previsto para a execução.

Os dois recursos apresentados à Corte Suprema da Geórgia foram negados, segundo documentos judiciais.

Os advogados informaram que recorrerão ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos para evitar a execução de Davis, um negro de 42 anos acusado de matar um policial branco em 1989.

Davis foi condenado à morte há mais de 20 anos, após declarem-lhe culpado por matar o policial Mark MacPhail em Savannah. Desde o anúncio da sentença, sete das nove testemunhas não-policiais voltaram atrás em suas declarações, alegando coerção e intimidação da polícia na obtenção de seus testemunhos. Não há provas materiais que vinculem Davis ao homicídio.

Em março deste ano, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que deveria haver uma audiência probatória para que Davis pudesse provar sua inocência.

Várias testemunhas identificaram um dos depoentes que não se retrataram de seu testemunho, Sylvester “Redd” Coles, como o autor do disparo.

O Juiz Federal do Distrito, William T. Moore Jr., negou-se, com base num tecnicismo, a aceitar a declaração das testemunhas que afirmaram que, após Davis ser processado, Coles admitiu ter atirado em MacPhail. Na ordem judicial emitida em agosto, Moore resumiu seus argumentos da seguinte forma: “O Sr. Davis não é inocente”.

Um dos membros do jurado, Brenda Forrest, discorda do juiz Moore. Em referência ao julgamento contra Davis disse a CNN em 2009: “Todas as testemunhas puderam identificá-lo como o autor do delito”. Após saber da retratação das sete testemunhas, agora afirma: “Se soubesse antes o que sei hoje, Troy Davis não teria sido condenado à pena de morte. O veredito seria ‘inocente’”.

Troy Davis conta com três grandes obstáculos para o seu julgamento. O primeiro: é um homem afroestadunidense. O segundo: foi acusado de matar um policial branco. E o terceiro: o crime aconteceu na Georgia.

Com agências