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Projeção da inflação sobe; expectativa de superar meta é de 45%

O Banco Central (BC) aumentou a projeção para a inflação oficial este ano. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,8% para 6,4%, segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (29). Em 12 meses encerrados no final do terceiro trimestre de 2011, o BC espera que a inflação fique em 7,2%.

A projeção para 2012 passou de 4,8%, no relatório anterior, para 4,7%. A meta de inflação para os dois anos tem centro de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite superior é 6,5% e o inferior, 2,5%. O BC só prevê inflação no centro da meta no segundo trimestre de 2013, permanecendo assim no terceiro trimestre.

A probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2011 é 45%, informou o BC. Para 2012, a probabilidade está em cerca de 12%.

Essas estimativas são do cenário de referência, que pressupõe manutenção da taxa de câmbio no horizonte de previsão em R$ 1,65 e a meta para a taxa básica de juros, a Selic, em 12% ao ano.

Analistas

Além das projeções do chamado cenário de referência, o relatório do BC traz estimativas do cenário de mercado. As projeções são feitas com base em expectativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo BC, tanto para a Selic quanto para a taxa de câmbio. Nesse cenário, a previsão para a inflação medida pelo IPCA este ano subiu de 5,8% para 6,4%. Para 2012, a previsão subiu de 4,9% para 5%.

No cenário de mercado, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o teto do intervalo de tolerância da meta em 2011 ficou em 44%. Para 2012, encontra-se em torno de 17%.

Para a taxa de câmbio, a previsão dos analistas é R$ 1,60, no final de 2011, e R$ 1,65, ao fim de 2012. Para a média da taxa Selic, a projeção é 11,44% ao ano, no fim de 2011, e 11%, ao ano, em 2012.

Cenário alternativo

O BC divulgou ainda o cenário alternativo, que considera que "a atual deterioração do cenário internacional cause impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do observado em 2008/2009 [crise financeira internacional]". Esse cenário também considera que haverá desaceleração da atividade econômica do país, "e, apesar de ocorrer depreciação da taxa de câmbio e de haver redução da taxa básica de juros, entre outros, a taxa de inflação se posiciona em patamar inferior ao que seria observado caso não fosse considerado o supracitado efeito da crise internacional". Nesse cenário, a projeção para o IPCA passou de 5,8% para 6,4%, em 2011, e permanece em 4,7%, em 2012. No terceiro trimestre de 2013, a estimativa é 4,8%.

Crescimento da economia

O Banco Central reduziu a estimativa de crescimento da economia neste ano. A previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu de 4% para 3,5%.

“Essa revisão reflete ações de política [econômica] implementadas [de restrição do crédito e aumento da taxa Selic de até julho deste ano] desde o final do ano passado e, principalmente, a deterioração do cenário internacional, que tem levado a reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos”, destaca o documento do BC.

Fonte: Agência Brasil