Greve dos bancários avança e fecha 605 agências na Bahia

A greve dos bancários continua forte na Bahia. Nesta sexta-feira (30/9), quarto dia do movimento, 605 agências de bancos públicos e privados ficaram fechadas em todo o estado. Um aumento de 75% na adesão em relação a terça-feira, primeiro dia do movimento, quando 370 unidades bancárias ficaram sem funcionar. Os números da base da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe também são positivos e apontam um total de 740 estão fechadas nos dois estados.

Em Salvador, das 275 agências, 178 estão fechadas. No interior, a paralisação atinge 427 unidades. A grande adesão já faz da greve de 2011 uma das maiores dos últimos anos. Os dados comprovam. Em 2010, os bancários fecharam pouco mais de 300 agências no quarto dia de paralisação. Número que dobrou neste ano. A tendência, no entanto, é que o movimento ganhe ainda mais força na próxima semana com a adesão de outros municípios e o fechamento de mais unidades em Salvador.

“A greve está num crescente, já temos 605 agências paradas na Bahia e a cada dia este número aumenta mais, pois estamos tendo uma adesão com toda firmeza e tranqüilidade dos bancários. A tendência é aumentar na segunda-feira, já que a Fenaban até agora não se pronunciou. Esperamos que ela logo logo nos procure para fazer uma nova proposta à nossa pauta de reivindicações”, avaliou o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Euclides Fagundes.

Fagundes ressalta ainda, que enquanto a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) mantiver a intransigência, a paralisação segue com toda força. “O Comando Nacional está à disposição para dialogar e construir um acordo com avanços sociais e econômicos, mas os banqueiros não querem. Portanto, vamos continuar firmes para fazer da paralisação a maior da história, se necessário. Nesta sexta-feira fizemos uma manifestação conjunta com o pessoal dos Correios até a Praça Municipal e na segunda-feira faremos uma nova assembléia dos bancários, às 18h, no Ginásio de Esporte”, informou.

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8%, PLR de três salários mais R$ 4.500,00, piso de R$ 2.297,51, ampliação do quadro de funcionários para melhor atender ao cliente, segurança, melhores condições de trabalho, entre outros. A Fenaban, no entanto, oferece apenas 8% de reajuste. Os demais itens foram todos negados.

Apoio no parlamento

Ganhando força em todo o país, a greve dos bancários recebeu o apoio de diversos parlamentares. Na Assembléia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB) já fez dois pronunciamentos apoiando o movimento . “Esta é uma greve forte e consolidada, que atinge todo o país e tem forte adesão dos trabalhadores. A greve dos bancários é mais do que justa. Em nossas campanhas salariais sempre lutamos por melhores salários e melhoria do atendimento para a população. Porque nós entendemos que o setor financeiro é o único que continua sendo beneficiado, seja com crise ou sem crise. O setor financeiro sempre continua obtendo lucros extraordinários à custa da população e dos bancários”, disse Álvaro Gomes, que já foi presidente do SBBA.
Na Câmara dos Deputados, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) também já se pronunciou a favor da causa, elogiando a clareza com que a categoria tem se posicionado com a população. “O que chama a atenção é a união dos trabalhadores e o apoio da sociedade. Só com luta se consegue conquistas importantes. Por isso, desejo força e resistência aos companheiros dos comandos de greve”, ressaltou o parlamentar comunista em mensagem enviada ao Sindicato dos Bancários da Bahia.

De Salvador,
Eliane Costa com informações da Ascom do Sindicato dos Bancários da Bahia.