Otan evita intervenção na Síria para não cair no "ridículo"
O Pacto Militar do Atlântico Norte, o braço militar do imperialismo, descartou nesta sexta-feira que pretenda realizar uma intervenção militar contra a Síria, fato que foi visto por analistas como um "pretexto para evitar o ridículo".
Publicado 30/09/2011 16:05
Em coletiva de imprensa dada em Bruxelas, o secretario-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, tentou desmentir a possibilidade de alguma ação armada contra o governo do Estado árabe, acusado pelo Ocidente de supostos crimes contra a humanidade.
"Não temos intenção de intervir na Síria ou em outros países do Oriente Médio", disse Rasmussen.
O secretário-geral também afirmou que uma operação aliada no país árabe "é impossível, pelo momento dado" por que a OTAN não conta com o mandato das Nações Unidas" (ONU), diferente daquele que obteve para agredir a Líbia, onde o pacto militar mantém uma ofensiva desde 31 de março.
Damasco é vítima de fortes sanções por parte da União Europeia, às quais se somaram Estados Unidos e a ONU.
O Governo de Bashar al-Assad busca impulsionar reformas democráticas e de corte social para satisfazer as demandas de cidadãos que se manifestaram de forma pacífica desde 15 de março.
Para o politólogo russo Alexander Khramtchikhin, a Otan tem mais pretextos para intervir na Síria, que os que tinha contra a Líbia, quando cerrou fileiras arbitrariamente com uma das partes contenciosas. Apesar disso, o Pacto Militar tem afirmado mais de uma vez que descarta uma intromissão no problema sírio simplesmente porque o exército desse país é demasiado forte e está sob o controle total de Al-Assad, avalia Khramtchikhin.
Em seu artigo intitulado A importância militar da Otan, ou a vitória que trouxe uma derrota, o analista político afirma que os fatos na Líbia mostraram uma falha disciplinar patente da organização, inclusive bem maior que nos tempos da operação bélica conjunta contra a Iugoslávia, em 1999.
"Tendo em conta o potencial armamentista da entidade castrense, em um mês, no máximo, poderiam ter acabado com as forças do líder libio Muamar Kadafi", afirma.
Entretanto, a guerra continua, comentou Khramtchikhin em entrevista a meios de comunicação russos.
Com informações da Prensa Latina