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Paquistanesa acusa: Talibã é um Frankenstein criado pelos EUA

A chanceler do Paquistão, Hina Rabbani Khar, refutou nesta segunda-feira (3) acusações sobre vínculos de seu governo com a rede Haqqani e outros grupos talibãs e assegurou que estes foram criados pelos Estados Unidos e as potências ocidentais.

Em declarações à rede de TV CNN que hoje reproduz diversos meios aqui, Hina recusou "completamente" acusações de Washington de que Islamabad não combate os guerrilheiros e lhes cede seu território como base para atacar o Afeganistão e as tropas norte-americanas e da Otan estacionadas nesse país.

"Nego-o completamente", disse a ministra sobre a recente declaração do almirante estadunidense Mike Mullen de que a rede Haqqani é o braço armado dos serviços de inteligência paquistanesa (ISI) e atuaram em conjunto no assassinato do ex-presidente afegão Burhanuddin Rabbani em 20 de setembro.

Hina declarou que o Exército de seu país tem cooperado na guerra contra os talibãs e citou como exemplo a informação fornecida pelo ISI à Agência Central de Inteligência (CIA) para possibilitar a captura no Paquistão de Yunis al-Mauritânia, o suposto número três da Al-Qaida.

Hina não ocultou o desgosto de Islamabad pelas acusações norte-americanas e destacou que "as recriminações públicas de um aliado não são a resposta (…), não devem ser a resposta".

Interrogada sobre a disposição de seu governo de lançar uma ofensiva no Waziristão do Norte contra os Haqqanis, disse que "para se dançar um tango é necessária presença de um par".

"Há muitas coisas que os Estados Unidos devem fazer e não só pedir 'façam isto, e depois nós faremos aquilo'", comentou a chanceler, lembrando que a as relações entre ambas nações estão marcadas pelo que chamou de "síndrome da ajuda".

Rebatendo o argumento de que seu país criou um monstro ao apoiar os grupos rebeldes, Hina afirmou que "este Frankestein não foi criado pelo Paquistão".

"Este Frankestein foi financiado e apoiado pelas potências mundiais, incluídos os Estados Unidos, de modo que o que faremos é nos ocupar dos problemas que são assunto dos paquistaneses", afirmou.

Com informações da Prensa Latina