Ministro defende desarmamento e integração para reduzir violência
A Campanha Nacional do Desarmamento recolheu, até 30 de setembro, 25 mil armas em todo o país. Do total, 12% são armas pesadas, como fuzis, metralhadoras e submetralhadoras. De acordo com balanço do Ministério da Justiça, mais de R$ 2 milhões foram pagos em indenização desde maio deste ano.
Publicado 06/10/2011 11:33
“Consideramos um número dentro do que estava previsto”, avaliou o ministro José Eduardo Cardozo, após entrevista a emissoras de rádio durante o programa “Bom Dia, Ministro”, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência em parceria com a EBC Serviços.
“Entendemos que estamos no caminho certo. Estamos fazendo uma ação ofensiva e espero que, até o final do ano, possamos tirar muitas armas de circulação e destruí-las”, completou.
O estado de São Paulo ficou em primeiro lugar do ranking, com 6.579 armas recolhidas, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 3.165, e pelo Rio de Janeiro, com 2.950. Ao todo, há 1,8 mil postos para entrega das armas.
Destruição das armas
De acordo com Cardozo, o Ministério da Justiça e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vão firmar um acordo de cooperação com o objetivo de destruir mais rapidamente armas guardadas sob a responsabilidade de fóruns em todo o país. Ele disse que o Brasil tem um contingente muito grande de armas que permanecem nesses locais por força de processos judiciais.
“O que tem acontecido, lamentavelmente, é que é impossível evitar que algumas dessas armas sejam furtadas, subtraídas, roubadas dessas unidades forenses. Quanto antes elas forem destruídas, menor o risco de que elas voltem à circulação.”
A Polícia Federal e as Forças Armadas também vão participar do acordo que, segundo o ministro, deve ocorrer na próxima reunião do CNJ. “É uma ação imediata, já que o entendimento está posto. Basta apenas formalizar para que possamos atuar nessa linha”.
Ações integradas
O ministro defendeu ainda que o país precisa ter ações mais integradas e efetivas para a redução da violência. Para ele, a impunidade é um dos principais aspectos a serem combatidos. O ministro destacou também a necessidade de se criar unidades específicas para a investigação de homicídios em cada estado.
Dados sobre homicídios, divulgados pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), mostram que o Brasil tem a terceira maior taxa desses crimes na América do Sul, com 22,7 casos para cada 100 mil habitantes – atrás apenas da Venezuela (49) e da Colômbia (33,4).
“São grandes os desafios que todos aqueles que governam, seja no âmbito federal ou estadual, têm o dever de enfrentar de forma conjugada, superando entraves políticos e buscando soluções necessárias para a sociedade brasileira”, ressaltou.
O fornecimento de equipamentos que permitam ações periciais mais céleres é uma das medidas para acabar com a impunidade, segundo Cardozo.
Fonte: Agência Brasil