Outubro Rosa: Câncer de mama é debatido na Praça dos Leões

Mais agilidade e qualidade no tratamento do câncer de mama foi o tema da audiência pública realizada na última sexta feira (07/10), na Praça dos Leões, em Fortaleza. A sessão, que partiu de um requerimento da vereadora Eliana Gomes (PCdoB), compôs a programação do Outubro Rosa na capital cearense.

 Entidades e instituições preocupadas com a saúde e a condição feminina puderam trazer informações a mulheres e homens, compartilhando experiências para o combate deste que é o maior causador de mortes de mulheres entre os tipos de cânceres no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um milhão de mulheres são vítimas da doença anualmente em todo o planeta.

A vereadora Eliana Gomes destacou a necessidade iminente da agilidade nas consultas e de políticas públicas de prevenção e combate ao câncer de mama, com debates em espaços públicos e populares, informações e serviços médico-hospitalares gratuitos que atendam as mulheres.

“Com a campanha do Outubro Rosa em nível nacional e com o Governo Federal investindo até o ano de 2014 cerca de R$ 4,6 bilhões no Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Colo de Útero e de Mama, a esperança é que mais e mais mulheres possam se informar e diagnosticar precocemente o câncer de mama, quando há mais chances de cura”, destacou Eliana.

Coordenador do Comitê Estadual de Controle do Câncer, o oncologista Luís Porto destacou a iniciativa da audiência dizendo que esta, talvez, seja a forma mais eficaz de desencadear a discussão em torno da problemática do câncer de mama em âmbito municipal. “O câncer de mama pode ser curado em 100% dos casos, caso diagnosticado em seu estágio inicial. Essas informações devem ser levadas aos bairros mais distantes, mais pobres. Vocês não imaginam o papel e a força que vocês têm”, reforçou o oncologista.

Para Luís Porto, entre os países que mais tratam e curam o câncer de mama são, respectivamente, Estados Unidos e Cuba, ficando o Brasil na 38ª posição. “Isso é inadmissível para a 5ª maior economia do mundo”, rebateu Luís Porto.

SISMAMA e SUS

Representando a Secretaria de Saúde do município de Fortaleza, Paulo Henrique Diógenes Vasques, coordenador do Subsistema de Informação do Controle do Câncer de Mama do SUS (SISMAMA), salientou a importância do programa para o monitoramento das ações de detecção inicial do câncer de mama.

“Hoje, um dos grandes desafios é viabilizar a quantidade de mamografias que Fortaleza precisa. Atualmente são realizadas cerca de 10 mil mamografias por mês, e esse número é ainda apenas a metade do necessário. A gente tem que oferecer mamografias a todas as mulheres de Fortaleza”, salientou Paulo Henrique.

De acordo com o coordenador, ainda existem empecilhos para o diagnóstico da doença. “Um deles é a ideia de que o exame seria doloroso, o que não é verdade. Ele é apenas desconfortável e um pouco incomodo, mas indolor. O outro é o medo do resultado positivo, o que só agrava o problema”, destacou.

Presente à audiência, o Senador Inácio Arruda (PCdoB) elogiou a iniciativa da vereadora Eliana Gomes em trazer para a Praça o debate em torno do tratamento do câncer de mama, como parte das movimentações do Outubro Rosa. Inácio ressaltou as conquistas do Sistema Único de Saúde, destacando a necessidade da comunicação e da informação para a educação popular, levando as ações e serviços do SUS a toda a população.

“Só conhece o SUS quem precisa dele. Mas, quem mais critica é quem não conhece, muitas vezes falando mal”. Inácio ressaltou a luta para que 10% do PIB seja destinado ao Sistema Único de Saúde. “Todo o IPTU que Fortaleza paga não cobre a receita do maior hospital de Fortaleza, o IJF. É necessário defender fontes permanentes de recursos vindos da União”, defendeu.

Encaminhamentos

Ainda continuam algumas pendências das resoluções da Audiência Pública que aconteceu em Outubro do ano passado. Uma delas foi a garantia do agendamento domiciliar, através, de uma correspondência que as mulheres mastectomizadas receberiam da Secretaria Municipal de Saúde, para agilizar o tratamento. De acordo com o Coordenador do SISMAMA, Paulo Henrique Vasques, será intermediada uma reunião com a Secretária de Saúde, Ana Maria Fontenele, para discutir essa questão.

Também foi apontada a necessidade da implementação de um número gratuito para tirar dúvidas e orientar as mulheres que desconfiam da doença e também o reforço das políticas públicas, persistindo na diminuição das filas e na disponibilização de instrumentos necessários para tornar mais ágil e eficaz o tratamento e enfretamento ao câncer de mama.

Fonte: Assessoria da Vereadora Eliana Gomes