Espanha: Esquerda Unida quer referendo sobre escudo antimísseis
A coalizão Esquerda Unida (IU) exigiu nesta quinta-feira (13) que se submeta a referendo a decisão da Espanha de abrigar na base de Rota (Cádiz) o componente naval do escudo antimísseis da Otan.
Publicado 13/10/2011 18:12
O coordenador federal da IU, Cayo Lara, defendeu na cidade de Santander, na Cantábria, a convocação de uma consulta popular sobre o polêmico acordo, realizado entre os Estados Unidos e o Governo social-democrata de José Luis Rodríguez Zapatero.
Lara denunciou que a participação espanhola no escudo antimísseis do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) coloca o país por inteiro na corrida armamentista.
Assegurou que não se trata de um escudo protetor, porque a Espanha não tem que se proteger de ninguém, senão de um sistema ofensivo "para defender os interesses de Washington e suas ânsias de ter mais bases no norte da África e consolidar sua presença neste território", afirmou.
O líder da terceira força política espanhola em votos exigiu também o desmantelamento de todas as bases estadunidenses, as quais, enfatizou, "geram insegurança e inimizade da Espanha com países com os que jamais teve conflito algum".
"Colocar a Espanha nesta corrida armamentística é um crime contra muitos cidadãos do mundo inteiro, porque com a quantia que se gasta em armamento se podia acabar com a fome", declarou o dirigente, segundo a agência de notícias Europa Press.
Lara indicou que se violaram os acordos do referendo da Otan de 1986, quando a Espanha passou a fazer parte na aliança militar.
"Primeiro", lembrou, "com o Governo de José María Aznar, e agora mais ainda com a decisão de Rodríguez Zapatero, que, em seu julgamento, não deixa de surpreender".
O máximo representante da coalizão de esquerda estimou que é o passo mais grave dado pela administração do dirigente Partido Socialista Operário Espanhol, após manter a Espanha na guerra do Afeganistão e, mais recente, na invasão à Líbia.
Sobre essa última agressão, Lara declarou que a ministra de Defesa Carme Chacón em algum dia terá que explicar quantos mortos foram registrado às custas da contribuição de Madri à intervenção liderada pela Otan.
"Sobre levar a democracia (à Líbia) ninguém acredita, ali foram pelos interesses geoestratégicos da França e Estados Unidos", sentenciou.
Com informações da Prensa Latina