Em assembleia bancários do Ceará decidem fortalecer greve

Na tarde desta quinta-feira (13/10), no 17º dia da greve nacional, os bancários cearenses decidiram, em assembleia, manter e fortalecer a paralisação, até que seja apresentada uma proposta decente por parte dos banqueiros e Governo. Ainda sem uma proposta para avaliar, os bancários fizeram uma avaliação do movimento nos últimos dias, constatando que houve crescimento da adesão a cada dia e definiram nova assembleia para a próxima segunda-feira, dia 17/10, às 17h, na sede do Sindicato.

Na Caixa, mais de 70% dos empregados estão em greve, segundo a diretora do Sindicato, Elvira Madeira. Várias blitzes foram realizadas nesta quinta-feira, apurando denúncias de empregados no interior das agências, com atuação dos grupos de convencimento.

No Banco do Brasil, os bancários fizeram distribuição de bananas com a população, como forma de mostrar simbolicamente a “banana” que os banqueiros têm dado para os trabalhadores e para a sociedade. Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), Gustavo Tabatinga “o banco comemora 203 anos e não divide o bolo com seus trabalhadores. Daí o nosso protesto neste 17º dia de greve”.

Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB informou que a greve no Banco do Nordeste continua consolidada, com adesão crescente no Passaré. “Temos expectativas na negociação desta sexta-feira, quando iremos negociar avanços no nosso Plano de Cargos, Camed, Capef, PLR Social e, principalmente, o abono das faltas de greve”, disse.

Quanto aos bancos privados, os informes na assembleia foram dados pelo diretor Ribamar Pacheco, com destaque para o blecaute no banco Itaú, que fechou todas as agências em Fortaleza. Destacou ainda a forte adesão dos demais bancos privados. No entanto, os bancários do Bradesco tiveram cerceados seus direitos pelo interdito, assim como do HSBC.

Negociações prosseguem

Depois de quatro horas de debates nesta quinta-feira (13/10), foi suspensa a rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação dos Bancos (Fenaban). A reunião será retomada nesta sexta (14), em São Paulo. O Comando Nacional rejeitou a proposta de 8,4% na mesa de negociações. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, que participa do Comando Nacional dos Bancários, a ordem é fortalecer a greve, até que os banqueiros apresentem uma proposta que atenda as reivindicações da categoria.

Cresce o movimento

Ontem, o movimento cresceu com a paralisação de 9.254 bancos públicos e privados em todos os 26 Estados e no Distrito Federal, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o Comando Nacional dos Bancários. No Ceará, 289 agências estavam fechadas nesta quinta-feira.

Reivindicações

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8%, o que significa 5% de aumento real. A Fenaban ofereceu 0,56% de aumento real dos rendimentos. Além da elevação dos salários, os bancários querem maior participação nos lucros e resultados, fim da rotatividade dos empregos e melhores condições de trabalho.

Fonte: SEBB/CE

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