Bancários do Ceará aprovam propostas e encerram greve

A partir desta terça-feira (18/10), clientes já poderão realizar normalmente operações nas agências dos bancos. A greve dos bancários chega ao fim para os funcionários dos bancos privados, BB e CEF. BNB segue com as paralisações.

Cerca de 500 bancários cearenses participaram da assembleia geral realizada na noite desta segunda-feira (17/10). A categoria aprovou as propostas apresentadas pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e pelas direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A greve, porém, continua para os funcionários do Banco do Nordeste (BNB), que não concordaram com as propostas apresentadas e seguem com a paralisação em todo o Nordeste.

A greve, que completou 21 dias na segunda-feira, 17/10, conquistou, dentre outros pontos, aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo, valorização do piso e maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), Carlos Eduardo Bezerra reforçou a importância da unidade da categoria e lembrou que foi a força da greve que arrancou dos banqueiros as propostas aprovadas durante a assembleia. “Mais uma vez, a Campanha Nacional dos Bancários garantiu avanços importantes, tanto nos bancos públicos, quanto nos privados”, disse.

Compensação

A compensação dos dias parados será feita até 15 de dezembro, somente nos dias úteis e no máximo por duas horas além do expediente. Mas o horário de atendimento ao público segue inalterado, sendo a compensação feita somente no expediente interno dos bancos.

O movimento fechou mais de 300 agências no Estado, o que representa quase 70% das 447 existentes. No Brasil, a adesão foi de 9.254 unidades.

Resumo das propostas

Fenaban
– A proposta aprovada durante a assembleia garante aos bancários de bancos privados um reajuste de 9% sobre todas as verbas, representando o aumento real de 1,5%. Além disso, garante reajuste de 12% no piso, com aumento real de 4,3%. A regra básica da PLR contempla 90% do salário mais R$ 1.400,00, com teto de R$ 7.827,29; já a parcela adicional da PLR corresponde a 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 2.800,00. Os dias parados não serão descontados, mas compensados até 15 de dezembro de 2011. Eventual saldo após essa data será anistiado.

A proposta da Fenaban também inclui avanços sociais. "Uma nova cláusula proíbe a divulgação de rankings individuais dos funcionários, como forma de frear a cobrança das metas abusivas, combatendo o assédio moral", destaca Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

BB – A proposta aprovada pelos funcionários do BB garante reajuste de 9% em todas as verbas e benefícios; o piso passa a ser de R$ 1.760,00, com reflexo na curva do PCR; trava reduzida para um ano em caso de concorrência de posto efetivo para comissionamento; instalação em até 30 dias de mesas temáticas para debater PCR, PC e Jornada de Trabalho, além de 1.000 bolsas de graduação e 500 bolsas de pós graduação.

CEF – A proposta da CEF também garante reajuste de 9% em todas as verbas; manutenção da PLR social com distribuição de 4% do lucro líquido de forma linear para todos, além da regra básica e parcela adicional da PLR da Fenaban; ampliação do quadro em 5 mil empregados até o final de 2012; não descontos dos dias parados com compensação até 15/12; valorização do piso, entre outros avanços.

Sobre o BNB

A direção do Banco do Nordeste do Brasil voltou à mesa de negociação e apresentou proposta seguindo a Fenaban. O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), rejeitou a proposta na mesa e orienta o fortalecimento da greve até que nova proposta seja apresentada que contemple os anseios da categoria. Após a rejeição da proposta, a negociação foi suspensa. As principais reivindicações específicas dos funcionários do BNB são: isonomia, revisão do PCR, PLR social, abono das faltas da greve e revisão dos planos da Capef e Camed. 

Ao final da assembleia todos os sindicatos que integram a CNFBNB/Contraf-CUT aprovaram a continuidade da greve para quebrar a intransigência do governo Dilma e negociar de forma séria com os trabalhadores.

De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações do SEEB/CE)