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Justiça de Honduras não julgará militares golpistas

A Suprema Corte de Honduras decidiu pela suspensão definitiva do processo contra ex-membros das Forças Armadas do país acusados pelos crimes de abuso de autoridade e expatriação do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto em junho de 2009.

Dos 15 magistrados que compõem a Suprema Corte, 12 votaram a favor da suspensão definitiva que beneficia os ex-militares.

Os ex-membros que estavam sendo processados são os generais Romeo Vásquez Velásquez, Venâncio Cervantes, ex-chefe e ex-subchefe do Estado Maior Conjunto, respectivamente, Miguel Angel García Padget, ex-comandante do Exército, Luis Javier Price Suazo, ex-comandante da Força Aérea, Juan Pablo Rodríguez, ex-comandante da Força Naval, e Carlos Cuellar García, inspetor das Forças Armadas.

A acusação contra eles foi apresentada em janeiro de 2010 pelo procurador-geral da República, Luis Alberto Rubi. A Frente Nacional de Resistência Popular, no entanto, denunciou que ele, assim como os atuais juízes da Suprema Corte, apoiaram os militares durante o golpe de Estado.

Zelaya classificou como uma "injustiça" a decisão em favor dos militares. "Hoje decidiram pela suspensão definitiva, mas estão perseguindo os 'golpeados' e protegendo os outros. Isto é injustiça", declarou.

O ex-presidente referiu-se a seu ex-ministro da Presidência Enrique Flores, acusado de apropriação indevida de recursos públicos e condenado à prisão domiciliar e ao pagamento de uma fiança de 27 milhões de lempiras (cerca de R$ 2,5 milhões).

Na ocasião, Flores afirmou que a fiança é injusta e que esse valor nunca foi imposto a nenhum cidadão hondurenho. O ex-ministro ainda revelou que teme ser enviado para a cadeia diante da impossibilidade de pagá-la.

Fonte: Opera Mundi