Bahia debate política de atenção à saúde da população negra

Medidas e estratégias para a redução das desigualdades em saúde que impactam a população negra foram debatidas durante audiência pública sobre a Política Nacional de Atenção a Saúde Integral da População Negra, realizada nesta segunda-feira (24/10), no Ministério Público do Estado da Bahia, em Salvador. O evento marca a mobilização Pró-Saúde da População Negra 2011, que tem como temática “Saúde da População Negra é direito, é lei: racismo e discriminação fazem mal a saúde”.

Representante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras, Eliete Paraguassu também é quilombola da região de Ilha de Maré e disse que compareceu à audiência para ajudar no enfrentamento aos problemas de saúde da sua comunidade. “É preciso que este pessoal seja ouvido, porque somos nós que estamos na base, sofrendo, perdendo nosso povo. Essa audiência é um caminho, é uma oportunidade de nós dizermos o que está acontecendo”, afirmou Eliete.

Igualdade e saúde

O consultor do Ministério da Saúde, Rui Leandro Santos, lembrou que, no Brasil, segundo o Censo 2010, há 190,7 milhões de pessoas, dos quais 50,7% são negros, e que a Bahia detém o maior número de pessoas negras do país. “O estado está avançando muito na questão da igualdade racial. Temos uma parceria forte entre a Secretaria da Promoção da Igualdade (Sepromi) e o Ministério da Saúde, e na Secretaria da Saúde do Estado há uma instância para a promoção da equidade. Aqui há todo um investimento para se promover a igualdade racial”, disse Leandro.

Segundo a coordenadora de Promoção da Igualdade na Secretaria da Saúde, Nívea Maria Moreira, a função da coordenadoria é traçar políticas para esta população, atendendo às suas especificidades e necessidades. “A população negra está em uma faixa de pobreza, onde há os determinantes da falta de instrução, do racismo, que causam um menor acesso aos serviços de saúde. Para superar esta questão é preciso um grande trabalho intersetorial, articulando saúde com educação, trabalho e renda, cultura e outras áreas”.

A coordenadora de Promoção da Igualdade Racial, Emanuelle Góes, da Sepromi, disse que a proposta é avançar, no estado, a partir da audiência, as políticas públicas voltadas para a população negra. “Estamos provocando gestores e sociedade civil para a implementação concreta desta política. Já temos uma coordenação de equidade na Sesab, mas precisamos ainda estruturar a formação de profissionais de saúde, o combate ao racismo, entre diversos outros itens”.

Fonte: Secom Bahia.