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SP: Ato em frente à Reitoria da USP pede fim a repressão

Manifestantes realizam um ato em frente à Reitoria da Universidade de São Paulo (USP) no campus Butantã, nesta segunda-feira (31), a partir das 18h, para chamar a atenção sobre o aumento da repressão contra parte da comunidade acadêmica e exigir o respeito do reitor João Grandino Rodas ao direito de livre organização e manifestação política.

O ato acontece um dia antes de uma assembleia geral dos estudantes que ocorrerá na terça-feira (01) no vão do prédio dos cursos de História e Geografia, também às 18h.

A reitoria da USP, por sua vez, afirmou, por meio de nota oficial, que a formalização de um convênio com a Polícia Militar foi deliberada pelo Conselho Gestor do Campus no dia 20 de maio deste ano, motivada pelo assassinato do aluno Felipe Ramos de Paiva, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA).

"A Universidade lamenta os incidentes ocorridos no dia de ontem (27 de outubro) e esclarece que esses fatos serão analisados pelo Conselho Gestor, para a apresentação de propostas para o equacionamento da situação, e que serão divulgadas em data oportuna.", diz o comunicado da reitoria, de sexta-feira (28).

Ocupação

Estudantes ocupam a diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) desde quinta-feira (27), exigindo, como condicionantes para deixar o prédio, o fim do convênio assinado pela Universidade com a Polícia Militar, a saída dos policiais militares do campus e a revogação de processos administrativos contra estudantes e funcionários.

Segundo relato dos estudantes, pelo menos 26 estudantes e cinco diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) estão sendo processados por motivações políticas.

A maioria dos alunos processados respondem por uma ocupação de um bloco do administrativo do Conjunto Residencial da USP (Crusp), com a finalidade de garantir mais vagas para a permanência estudantil.

Os diretores do Sintusp podem ser demitidos por justa causa por terem prestado apoio ao movimento de trabalhadores terceirizados na Universidade que, somente neste ano, já organizaram duas paralisações contra o atraso no pagamento dos salários.

Entenda o caso

A ocupação foi decidida em assembleia com mais de 500 estudantes, após um confronto que ocorreu no estacionamento da FFLCH entre estudantes e dezenas de policiais, que estavam em quinze carros da Polícia Militar. Entre bombas de gás lacrimogêneo e cassetetes de um lado e pedradas do outro, a Polícia recuou e se retirou da Faculdade às pressas.

A revolta começou por volta das 18h, depois que PMs abordaram e prenderam três estudantes do curso de Geografia, que fumavam maconha dentro de um carro, no estacionamento que fica entre o prédio dos cursos de História e Geografia e o prédio do curso de Ciências Sociais. Após horas de manifestação, os alunos foram deslocados para uma sala de aula, com a presença dos seus advogados e da diretora da FFLCH, Sandra Nitrini. Os três acabaram detidos e seguiram para 91º DP, localizado na Avenida Gastão Vidigal, cerca de nove quilômetros do Campus.

A relação de desconforto vem aumentando desde que a PM intensificou os enquadros a funcionários e estudantes da Universidade. Em setembro deste ano, a Universidade firmou um Convênio com a Polícia Militar para, supostamente, aumentar a segurança no campus. O que houve, entretanto, foi o aumento da repressão. Atualmente, é comum estudantes relatarem abordagens truculentas e revista por policiais. Até mesmo senhoras, conforme lembraram estudantes durante a assembleia, já foram revistadas e ficaram indignadas

Fonte: Brasil de Fato e agências