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Israel faz manobras militares enquanto discute ataque ao Irã

O Comando de Defesa Civil do Exército israelense realizou nesta quinta-feira (3) manobras que simulam um ataque com mísseis a centros urbanos, ao mesmo tempo que "debate" sobre o possível ataque ao Irã.

Nesta manhã as sirenes antiaéreas tocaram em várias cidades da zona metropolitana de Telavive, a maior cidade do país, no início de uma simulação anunciada há meses, mas que adquiriu uma relevância especial no novo contexto, com o governo plantando diariamente informações sobre um possível bombardeio ao Irã por parte de Israel e Estados Unidos.

Nas manobras foram abertos centros de evacuação na cidade de Holon, próxima a Telavive, e outro na vizinha Bat Yam, onde foram distribuídas máscaras de gás.

A simulação foi realizada logo após Israel testar com sucesso o lançamento de um míssil balístico de seis mil quilômetros de alcance, capaz de abrigar ogivas nucleares. O Exército israelense também fez recentemente uma simulação de voos de longa distância em uma base na Itália.

Ataque divide população

O jornal "Haaretz" publicou nesta quinta-feira uma pesquisa que revela a divisão da opinião pública israelense, 41% da população é a favor do ataque, 39% contra e 20% estão indecisos.

A pesquisa demonstrou também uma notável confiança (52%) na capacidade do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e seu ministro da Defesa, Ehud Barak, de lidar com o "tema iraniano".

No entanto, 37% desconfiam e 11% não têm opinião sobre a habilidade de ambos (partidários da operação) para resolver a situação.

Netanyahu e Barak tentam reunir uma maioria no seio do conselho de ministros a favor de um bombardeio relâmpago, onde os oponentes têm "ligeira vantagem", segundo o "Haaretz".

Recentemente o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, que até agora se opunha com receio pelas repercussões, resolveu apoiar o ataque.

O assunto iraniano foi notícia desde que na sexta-feira um destacado colunista do jornal "Yedioth Ahronoth", Nahum Barnea, alertou sobre a pressão no seio do Governo para lançar um ataque.

Na segunda-feira, a sessão inaugural de inverno do Parlamento esteve dominada por esta questão, que Netanyahu exagera como uma "ameaça" para a existência de Israel, insinuando que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad faz declarações intimidadoras contra o país.

Ministros e diplomatas disseram ao "Haaretz" que o próximo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, ligada às Nações Unidas), que será publicado no dia 8 de novembro, terá um efeito decisivo nas decisões de Israel.

Com agências