Recife vai sediar novas empresas na área de inovação digital

O Recife será o berço de empreendimentos digitais que serão apostas do mercado digital mundial, a partir de 2012.

Pelo menos essa é a proposta da Fundação Telefônica, que, em parceria com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar) escolheu a cidade, junto a São Paulo, para desenvolver um complexo de aceleração de empresas jovens, de cunho digital, para competir com os atrativos do Vale do Silício, na Califórnia (EUA), berço de empreendimentos globais massivos, a exemplos nada modestos como Google, Apple e Facebook.

De acordo com o Gerente de Projetos da Fundação, Luiz Fernando Guggenberger, a iniciativa Wira (pronuncia-se uáira e significa ′vento`, em quechuá, dialeto falado por índios do Peru), a capital pernambucana foi escolhida por seu caráter empreendedor, aliado a seu protagonismo digital evidente. “Ofereceremos uma aceleradora, tendo o jovem como a pessoa que elabora o plano de negócio e indo com ele para captar financiamentos, em vez de apenas incubadoras de start-ups”, explica.

Ao todo, cada um dos polos de fomentação econômica receberá 10 empresas. São Paulo sai na frente e já está em processo de seleção, que será finalizado no mês de fevereiro, durante a Campus Party. No mesmo evento, a seleção para os empreendimentos do Recife será iniciado aberto para projetos de todo o país. “Estamos resolvendo questões de espaço, mas já temos muito definido. O objetivo é que os talentos locais fiquem no Brasil e que as ideias inovadoras sejam desenvolvidas e ganhem força por aqui. Hoje, eles vão ao Vale do Silício e preferem não voltar”, conclui Guggenberger.

Participar de uma realidade em que as apostas são altas e a internet deixou de ser uma opção de trabalho, mas uma ferramenta essencial, requer cuidados e preparo. Justamente por isso, foi realizado, nesta segunda-feira (31), no Recife, o Ciclo de Novas Profissões, de iniciativa da própria Fundação Telefônica. A empresa busca evidenciar o perfil deste novo profissional que passa a se formar cada vez mais cedo e que muda com muita velocidade. Esta é a quarta edição do evento, que já passou por São Paulo, Belém e Florianópolis e, em novembro, ainda segue para Belo Horizonte, Goiânia e Rio de Janeiro.

Segundo o curador do evento, Luiz Algarra, o debate serve para ficar mais próximo do público jovem, que modifica ativamente a web e cria bastante. Além disso, também serve de alerta para a geração de profissionais que se aproximam, uma vez que profissões como gestores de mídias sociais, blogueiros e outras definições sequer existiam há cinco anos e as empresas já não têm `local` definido. “Quem é organizado e está à frente, já não pensa mais no eixo Rio-São Paulo, mas na capilaridade do negócio, pensando no Brasil como um todo”, defende.

A diferença de postura do próprio mercado acaba servindo de recado claro de que é preciso desenvolver competências específicas para o que está por vir. “Primeiramente, a pessoa deve gerir o próprio aprendizado, tendo a consciência que ele é quem deve ir atrás de informações e organizá-las, uma vez que, onde a realidade dinheiro está, nem sempre há cursos preparatórios para explorá-la. Depois, se habituar a necessidade de relacionamento na web, por publicações e comentários em qualquer idioma e, por fim, a destreza e proximidade de todo e qualquer dispositivo digital que venha a surgir”, concluiu.

Fonte: DP