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Brasília recebe Festival de Cinema e Direitos Humanos

Brasília vai receber, de 14 a 20 de novembro a 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Um total de 47 filmes, incluindo títulos inéditos no país, estão na programação que começou no dia 10 de outubro e este ano, além de Brasília, percorre as 26 capitais estaduais brasileiras, sempre com entrada franca e acessibilidade a deficientes físicos, visuais e auditivos.

O evento, promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira/MinC e patrocínio da Petrobras, é dedicado a obras que abordam questões referentes aos direitos humanos, produzidas recentemente nos países sul-americanos.

Este ano, quatro direitos humanos são representados por um filme nacional ou latino-americana dos últimos tempos. Direitos Humanos e Saúde Mental será o tema abordado com a exibição de Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodansky; a Cidadania LGBT está presente em Morango e Chocolate, de Tomás Gutiérrez; os Direitos dos Idosos são a chave para a reflexão a partir de Chuvas de Verão, de Carlos Diegues; e os Direitos da Infância dão o tom em Central do Brasil, de Walter Salles.

Segundo a ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a pluralidade dos Direitos Humanos é uma das características da Mostra, reforçada com os filmes selecionados que, neste ano, tratarão dos Direitos de Crianças e Adolescentes, do Direito à Terra, da Cidadania LGBT, da Educação em Direitos Humanos, Democracia, das Populações Tradicionais, Quilombolas e Afrodescendentes, das Pessoas Idosas, da Saúde Mental e Combate à Tortura, das Pessoas com Deficiência, Migrantes e do Direito à Memória e à Verdade, dentre outros tantos.

Cardápio

Na programação, está “Céu Sem Eternidade”, que focaliza as lutas e expectativas que envolvem a rede dos quilombos de Alcântara, no Maranhão. Trata-se de um trabalho de investigação coletivo realizado com a participação de estudantes e moradores locais durante o período de maio a agosto de 2010.

“E A Terra Se Fez Verbo” apresenta a região da Prelazia de São Felix do Araguaia, no Mato Grosso, e sua história de luta e resistência contra todo tipo de opressão. Seu principal personagem, Dom Pedro Casaldáliga, é retratado a partir dos depoimentos e histórias contadas por posseiros, índios e peões que atuaram e atuam em defesa de sua permanência na terra.

“Quem Se Importa” trata do empreendedorismo social através de entrevistas com 19 entre os maiores nomes do setor, incluindo o Prêmio Nobel da Paz, o bengali Muhammad Yunus; o norte-americano Bill Drayton, fundador da Ashoka, um entidade que prospecta empreendedores sociais ao redor do mundo; e o infectologista brasileiro Eugênio Scannavino Netto, que reduziu a mortalidade infantil de Santarém ao mesmo padrão de São Paulo e foi eleito pela mídia internacional como um dos 21 pioneiros do século 21.

A programação destaca ainda a impactante produção argentina “Confissões”, na qual um ex-agente secreto do batalhão 601 de inteligência do exército argentino durante a ditadura militar (1976–1983) se confessa arrependido. Ao mesmo tempo, um jornalista e escritor, militante estudantil de uma famosa organização guerrilheira, revela sua amizade com o ex-agente, em uma paradoxal ironia do destino.

Filme de animação de temática rara para o gênero, o colombiano “Pequenas Vozes”, inédito no Brasil, mostra, por meio de desenhos e depoimentos, a pungente visão de crianças deslocadas de suas moradias e terras devido ao conflito armado em seu país.

Já no boliviano “Bala Perdida”, o diretor Mauricio Durán Blacut parte de uma experiência traumática: a morte de seu irmão, enquanto servia nas forças armadas. 28 anos depois, o cineasta parte em uma viagem buscando respostas.

Programação do festival em Brasília