Baianas debatem políticas públicas para as mulheres
Mulheres de toda Bahia se reúnem de sábado a segunda-feira (12 a 14/11), no Centro de Convenções, em Salvador, na 3ª Conferência Estadual de Políticas Públicas para a Mulher. Fruto de uma grande mobilização em mais de 250 municípios, o evento contará na abertura, sábado às 14h, com a presença da ministra da Secretária de Políticas para a Mulher, Iriny Lopes, do governador da Bahia, Jaques Wagner, da secretária Estadual da Mulher, Vera Lúcia Barbosa, entre outras lideranças políticas e sociais
Publicado 09/11/2011 17:40 | Editado 04/03/2020 16:18
Políticas públicas de enfrentamento das desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho, combate à violência, erradicação da pobreza, a presença feminina dos espaços de poder são alguns dos temas que estarão em debate na Conferência, que é a primeira organizada pela Secretaria de Políticas para a Mulher da Bahia. “Também é um momento de afirmar políticas públicas e projetos sociais relacionados à emancipação econômica da mulher. É um momento ainda de denúncia da insuficiência da aplicação da Lei Maria da Penha. Não obstante, tenhamos tido avanços importantes com a própria Lei e com o Disque 180, mas ainda temos um índice muito alto de violência no Brasil. Por isso, é uma conferência importante”, ressaltou a deputada federal e secretaria de Mulher do PCdoB na Bahia, Alice Portugal.
“Eu conclamo todas as militantes do PCdoB a participar do ato de abertura e as delegadas, a serem firmes na defesa das bandeiras feministas. O feminismo é uma ciência. A opressão da mulher está ligada intimamente a opressão de classes sociais. As mais pobres, as negras são as mais exploradas, no entanto, a discriminação contra a mulher, que é a mais antiga forma de opressão que a humanidade tem notícia, ela se dá em todos os níveis, em todas as classes sociais, inclusive com a violência. Por isso, é necessário que tenhamos a clareza que o feminismo é de fato algo que está entranhado no nosso DNA de militantes políticos e precisamos fazer afirmar, cada vez mais, a concepção de que a sociedade só será liberta, na medida em que as mulheres se emancipem”, destacou Alice.
Amplo debate
A 3ª Conferência Estadual é fruto de muito debate, que envolveu milhares de mulheres que participaram das etapas municipais e territoriais do evento. Segundo a coordenadora da União Brasileira de Mulheres (UBM) na Bahia, Daniele Costa, as conferências territoriais foram importantes, porque favoreceram a participação de mulheres de realidades diferenciadas, como as trabalhadoras rurais, quilombolas e as indígenas. “Isso fez com que esta conferência ampliasse a sua demanda, porque há uma demanda política a partir desta diversidade que existe no movimento de mulheres. A conferência estadual vai ser a celebração deste debate”.
Durante o evento será avaliado o 2º Plano Estadual de Políticas para as Mulheres, que o governo Wagner implementou no primeiro mandato e serão apontadas as principais demandas para o 3º Plano de Políticas para as Mulheres e o fortalecimento de espaços institucionais como é o caso do Conselho Estadual de Direitos da Mulher. “Essa conferência vem fortalecer a nossa plataforma, aprovada no 8º Congresso da UBM,
nas abordagens sobre a violência, saúde, direitos sexuais e reprodutivos, que estarão em debate também na Conferência, além da democratização dos meios de comunicação, com o controle social sobre a imagem do corpo da mulher. Com isso, a conferência vai ser um espaço para fortalecer as ações que as mulheres baianas estão fazendo, seja no parlamento ou nos movimentos sociais”, concluiu Daniele Costa.
De Salvador,
Eliane Costa.