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Incapacidade de formar governo paralisa economia líbia

As autoproclamadas autoridades da Líbia asseguraram ensta quinta-feira (10) que não farão mais concessões em nenhum setor econômico até constituirem um novo governo, cuja formação está paralisada graças a rivalidades tribais e reivindicações salariais de ex-insurgentes.

"Não espero que este governo faça novas concessões", assinalou a jornalistas Alí Tarhouni, que tornou-se premiê provisório após a renúncia de Mahmoud Jibril, a quem o Conselho Nacional de Transição (CNT) tinha outorgado unilateralmente essas funções.

Jibril será substituído por Abdul Rahim O-Keib, recém eleito pelo CNT para chefiar um gabinete interino, que demora a se constituir devido a disputas entre as diferentes facções aglutinadas no organismo, que foi apoiado pelo Pacto Militar do Atlântico Norte no golpe que derrubou e assassinou o líder líbio Muamar Kadafi (1942-2011).

Durante a sublevação Tarhouni, que exerceu o cargo de responsável pelas Finanças e Petróleo, assegurou que a produção de óleo deste país excederá "facilmente" os 700 mil barris por dia no final deste ano e em junho de 2012 atingirá os níveis anteriores ao início do golpe.

No entanto, admitiu que a incerteza política causada pela falta de um gabinete provisório que prepare eleições e favoreça a redação de uma nova Constituição, faz com que as concessões em qualquer setor estejam congeladas.

Enquanto isso, o premiê designado El-Keib solicitou às potências ocidentais que desbloqueiem os fundos do país, congelados para provocar a derrubada de Kadafi, para que os novo poder consiga enfrentar os problemas de segurança, confrontos esporádicos e exigências de pagamentos salariais atrasados.

Além de outras quantias, a Líbia está privada de cerca de US$ 150 bilhões gerados pela exportação de petróleo, enquanto amplos setores sociais denunciam a escassez produzida após o início do golpe .

El-Keib, esclareceu que esse dinheiro congelado trata-se de "recursos líbios, não estamos rogando por um empréstimo". O dirigente foi pressionado na quarta-feira por dezenas de combatentes das forças leais à Otan, que se concentraram em frente ao Ministério de Finanças em Trípoli para exigir o pagamento do que haviam prometido a eles durante os dias de sublevação.

Os manifestantes, muitos armados com fuzis, criticaram as novas autoridades acusando-as de que "não há ordem", de que "o Governo não sabe o que faz" ou "queremos ser parte do futuro do país", o que o premiê respondeu prometendo programas para incluir a todos".

Fonte: Prensa Latina