Militares e bombeiros em greve no Maranhão

Policiais militares e bombeiros maranhenses decidiaram entrar em greve. Desde ontem à noite estão acampados na sede da Assembléia Legislativa do Maranhão. Clima tenso em todo o estado.

por VALQUÍRIA FERREIRA, Jornal Pequeno

Policiais militares e bombeiros decidiram na noite de ontem (23), em assembleia geral, paralisar suas atividades por tempo indeterminado. A categoria reivindica o reajuste de 30% decorrente da perda salarial dos últimos três anos e melhores condições de trabalho.
Mais de mil militares estiveram reunidos na sede da Federação dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Maranhão (Fetiema), na Praça da Bíblia, e decidiram de forma unânime pela decretação da greve, com objetivo de conseguir uma negociação com o governo do Estado. De acordo com o cabo PM Roberto Campos Filho, diretor da Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão (Assepma), desde o mês de fevereiro, deste ano, a categoria tenta negociar com representantes do governo, mas não houve êxito. No último dia 8, os policiais militares e bombeiros paralisaram suas atividades; porém, suspenderam o movimento após terem sido atendidos por um grupo de deputados, entre eles o líder do governo, Manoel Ribeiro, e o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, que se comprometeram em intervir junto ao executivo estadual a fim de tentar fazer com que a reivindicação dos manifestantes fosse acrescentada ao orçamento do Estado. Para isso, o parlamentar pediu o prazo de 15 dias, que se esgotou ontem.

Policiais Militares e bombeiros decidem entrar em greve, durante reunião na sede da Fetiema
Uma comissão, composta por vários representantes da categoria, esteve ontem durante todo o dia na AL, aguardando que a matéria fosse votada, mas tiveram a notícia que o orçamento prometido pelos deputados não havia sido enviado para a Casa, e ainda que o deputado Manoel Ribeiro havia viajado para Portugal. A comissão conversou somente com o presidente da Comissão de Segurança Pública da casa, Zé Carlos. O parlamentar falou para a categoria que passou a situação para o governo, mas não houve sinalização de negociação.
Por não haver êxito nas negociações, a categoria decidiu entrar em greve por tempo indeterminado. “Esta provado que o governo não quer negociação, pois chamou a Força Nacional, exonerou alguns coronéis e transferiu vários policiais. Estão querendo nos retaliar”, disse Roberto Campos.
O presidente da Associação Nacional dos Praças, Marco Prisco Caldas Machado, falou que a presença da Força Nacional não é problema para a categoria que tem a missão de reivindicar pelos seus direitos e melhores condições de trabalho. “A Força Nacional não é problema, pois eles nem conhecem a realidade do Maranhão”, disse. Ao ser questionado como ficaria a situação da segurança na Penitenciária de Pedrinhas, Marco Prisco declarou que a responsabilidade é da governadora Roseana Sarney.
Militares recebem apoio – Durante a reunião da categoria, no prédio da Fetiema, os militares contaram com o apoio de representantes da sociedade civil, delegados, agentes do sistema penitenciário e da Polícia Civil. “Essa manifestação não é somente dos militares, é um movimento generalizado que envolve todo o sistema de segurança do Maranhão. A reivindicação deve ser atendida pelo governo”, afirmou o delegado Jefferson Portela.
César Bombeiro, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindspen); e Marcelo Penha, diretor do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), afirmaram que os agentes penitenciários e a Polícia Civil vão entrar em greve na próxima semana, por não terem suas reivindicações atendidas. Após a assembleia geral, os militares realizaram carreata pelas principais avenidas da capital maranhense e, em seguida, ocuparam o prédio da Assembleia Legislativa, no Cohafuma, inclusive a sala da presidência.
Policiais em greve ocupam a área externa da Assembleia
Após decidirem, na noite de ontem, iniciar uma greve em todo Estado, por tempo indeterminado, os policiais militares e bombeiros ocuparam a área externa da Assembleia Legislativa em um protesto pacífico. A finalidade é pressionar o governo do Estado a atender a pauta de reivindicações das corporações antes da votação do Orçamento do Estado para 2012, especialmente o item que trata do reajuste salarial.
Os militares ocuparam o prédio da Assembleia Legislativa na noite de ontem
Os manifestantes informaram que permanecerão acampados no pátio da Assembleia Legislativa até receberem uma resposta do governo do Estado. O movimento também conta com a presença de policiais civis e agentes carcerários. A entrada da Assembleia Legislativa foi bloqueada por carros particulares dos policiais, que estão à paisana