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IBGE e Marinha lançam atlas das zonas costeiras e oceânicas

Foi lançado hoje o Atlas Geográfico das Zonas Costeiras e Oceânicas do Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Marinha. É a primeira publicação do gênero no país. Nela há mapas com informações produzidas por instituições nacionais e internacionais sobre os recursos do mar, suas características geológicas, oceanográficas, biológicas e aspectos socioeconômicos do litoral brasileiro.

Segundo Marco Antônio de Carvalho Oliveira, geógrafo do IBGE, os dados inéditos não são inéditos, mas o documento reúne informações que vão ajudar a difundir entre a população a consciência marítima.

“O brasileiro, em geral, conhece muito pouco sobre a estrutura e riqueza do nosso litoral. Esse produto pode contribuir para uma mudança nessa área porque será muito útil a pesquisadores e principalmente estudantes. Eles poderão visualizar diversos aspectos dessa temática usando essa ferramenta”, explicou.

Com o atlas, um professor poderá trabalhar “numa mesma prancha, processos diversos como questão socioeconômica de ocupação urbana, ocorrência de erosão e deposição em uma determinada área, além de visualizar regiões que estão sendo degradadas”.

É possível perceber como a região costeira é fundamental no processo de ocupação do território brasileiro, por exemplo. Atualmente, mais de um quarto (26,6%) da população vive nessa área, o que representa aproximadamente 50,7 milhões de pessoas.

“A valorização da zona costeira ocorre em todo o mundo e no Brasil não é diferente. Os mapas confirmam isso e mostram uma certa migração da população em direção ao oeste desde a década de 1970. Ou seja, o litoral continua altamente valorizado, mas a população se interiorizou um pouco ao longo desse período”, ressaltou.

A capitã de mar e guerra, Marise Silva Carneiro, falou da importância em tornar a zona costeira conhecida entre a população. Para ela, é fundamental na ampliação da preservação ambiental da região.
 
“É importante conhecer para conservar, pois nessas áreas há ocupação irregular, mau uso da praia por turistas e outras ações que geram uma série de problemas de poluição que prejudicam a própria população”, explicou.

O território marítimo brasileiro tem cerca de 3,6 milhões de quilômetros quadrados e que o país está pleiteando, na Organização das Nações Unidas (ONU), 950 mil quilômetros a mais, em regiões onde a plataforma continental vai além das 200 milhas náuticas (370 quilômetros).

O IBGE disse que o atlas brasileiro servirá de molde para a produção de publicações semelhantes em outros países de língua portuguesa. Para isso, estão sendo firmados acordos no âmbito do comitê que reúne essas nações e a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, da Marinha.

Com Agência Brasil