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Nova diretoria da Ubes toma posse em acampamento da Esplanada

A posse da nova diretoria da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), na manhã desta quinta-feira (8), aconteceu no acampamento dos estudantes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Muitos parlamentares – alguns oriundos do movimento estudantil – e representantes do Ministério da Educação (Mec) se uniram aos estudantes nas comemorações das conquistas e no compromisso com as lutas futuras.

Manuela Braga, que assumiu o cargo de presidente da entidade, manifestou disposição de manter a mobilização dos estudantes por mais conquistas na área da educação.A principal bandeira de luta dos estudantes é garantia de 10% do PIB (Produto Interno Bruto), para a educação no Plano Nacional de educação (PNE), que está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Ela disse que o Brasil tem uma dívida histórica com a educação brasileira e que já se iniciou o período de resgate dessa dívida, mas que os estudantes ainda não estão satisfeitos, por isso manterão o acampamento, previsto para termina nesta quinta-feira, por tempo indeterminado.

Os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) foram homenageados – como autor e relator da proposta – e se incorporaram às comemorações dos estudantes pela aprovação, esta semana, na Comissão de Educação do Senado, do projeto de lei que garante 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-sal para educação.

Os discursos foram pontuados por gritos de palavras de ordem. O evento reuniu parlamentares de vários partidos, o que comprova a pluralidade do movimento estudantil. Quando o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) discursou, destacando a presença da juventude do Partido na entidade, os estudantes gritaram: “Movimento estudantil unificado pelas mudanças do Brasil”.

O mesmo aconteceu quando a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) falou sobre as tentativas das forças conservadoras no Congresso de barrar as conquistas dos estudantes. Os estudantes gritavam em uníssono: “Se não der meia entrada/ Ocupa a Esplanada”.

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), a exemplo dos demais parlamentares que se revezaram nos cumprimentos aos estudantes, destacou que “a luta dos estudantes coincide com as demandas do povo brasileiro”, lembrando as lutas da UNE (União Nacional dos Estudantes) e Ubes contra a ditadura militar e no “impeachment” do ex-presidente Fernando Collor.

O secretário executivo adjunto do Mec e presidente do Fórum Nacional de Educação, Francisco das Chagas Fernandes, destacou a importância da luta dos estudantes pelos 50% do Fundo Social do pré-sal para educação, considerando a necessidade de mais fontes de recursos para financiar melhorias no setor.

A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), passou no evento a caminho do aeroporto, para dizer que a Comissão de Educação da Câmara, que ela preside, está aberta e atenta às reivindicações dos estudantes. E destacou que os 8% do PIB já garantidos no PNE representam um grande avanço na luta por mais recursos para educação.

Manuela Braga, ao encerrar sua fala, fez homenagem ao presidente que deixou o cargo, Yann Evanovick, se comprometendo a manter a mobilização dos estudantes. Evanovick presidiu o recente congresso da Ubes que reuniu cinco mil estudantes de 12 mil escolas, representando sete milhões de estudantes brasileiros.

Os novos dirigentes da Ubes fizeram questão de destacar a presença de todos os parlamentares que participaram do evento, lembrando que eles representam ajuda valiosa na luta dos estudantes, como as deputadas Luciana Santos (PCdoB-PE), Manuel d´Ávila (PCdoB-RS) , Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), Chico Alencar (Psol-RJ) e Ivan Valente (Psol-SP) e os senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Manuela e Vanessa mandaram representantes.

Participaram do evento também Malvina Tuttman, presidente do Instituto Nacional de Pesquisas (Inep) e Luiz Cláudio Costa, secretário da Educação Superior do Ministério da Educação. E o presidente da Une, Daniel Iliescu, que destacou a importância da parceria entre as duas entidades nos movimentos reivindicatórios.

De Brasília
Márcia Xavier