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Yann Evanovick: Tá na hora de voltar para o Amazonas

“Vou embora, tá na hora de voltar pro Amazonas
Na cidade, na saudade choro tanto
Que meu pranto feito rio se fez mar…” 
João Donato

Temos muito do que nos orgulhar desses dois anos na gestão da Ubes, jovens que saíram de seus estados para cumprir essa tarefa nacional. Como aconteceu comigo, saí do Amazonas e cheguei em São Paulo sem nenhuma dimensão do que seria, mas eu sabia que era possível cumprir os desafios que estavam ali, colocados para nós, em especial a necessidade de mobilização.

Tenho muita satisfação, porque sei que quando somos eleitos, somos eleitos para representar um conjunto de opiniões e passamos a representar a todos. Por isso, sempre falo que sou presidente da UJS, e de todos os partidos e forças políticas. Esse é um outro dado especial da Ubes, uma entidade com os anos que tem, sendo plural, tendo opiniões de esquerda, de direita e tendo ainda, opiniões de estudantes que não pertencem a corrente de opinião nenhuma.

Foram dois anos de muita formação política, de grandes relações com pessoas do governo, como a convivência com o ex-presidente Lula, conversando e dando palpites sobre a pauta educacional que muito amadureceu. Da mesma forma foi com a presidente Dilma Rousseff, primeira mulher a presidir o país; tivemos uma grande relação do movimento estudantil com os movimentos sociais e até mesmo com outros país.

Tudo isso porque sabemos, o Brasil precisa da Ubes e espera isso da entidade, para que em todo momento que precisar, a juventude possa se levantar; a Ubes e a UNE são os instrumentos para fazer com que a juventude fale mais alto. Acredito que conseguimos responder aos desafios, e precisamos, agora, avançar muito mais, seja nas realizações ou atividades que foram feitas, mas também da agenda política que é muito estratégica para Ubes, a entidade das massas.

Tornamos a Ubes ainda maior, realizamos o Coneg, o Enet, e pela 1ª vez , em 63 anos, o Encontro de Grêmios e o Encontro de Mulheres desde 2010. Foram várias mobilizações, o que, no Brasil, não são todas as entidades que realizam. Com a Jornada de Lutas, somou mobilizações nos 27 estados do país, simultaneamente. Em algumas semanas, conseguindo mobilizar, 10, 15, até 20 mil estudantes, algo extraordinário para cada um de nós que nos doamos nesses dois anos de gestão.

Fico muito tranquilo nesse meu retorno ao estado do Amazonas, que como militante da Ubes, enquanto alguns queriam tirar habilitação, eu queria tirar o meu título de eleitor, era o que mais me fascinava, poder votar. Fiz uma opção muito cedo na minha vida. Comecei a militar no movimento estudantil com 14 anos de idade, quando escolhi não ficar calado e não me acomodar, de saber que o que estava acontecendo de ruim na sociedade tinha um culpado.

Tenho alguns desafios grandes, sou de um estado importante para o Brasil, por seu valor estratégico, potencial ambiental, econômico e por sua gente trabalhadora. A nossa gente é um povo sofrido, onde muitos ainda morrem de malária, muitos ainda assistem aula à luz de vela esperando por mudanças. Por isso, fiz uma opção em minha vida, de ser um agente político, um indignado, um rebelde consequente.

Retorno ao meu estado para servir aos interesses da juventude, tentando levar à frente minha militância, agora como estudante da Universidade Federal do Amazonas, com muita vontade de poder ajudar. Espero retribuir ao meu estado, a quem devo tudo o que aprendi nessa tarefa nacional na presidência da Ubes, acendendo entre a minha gente essa chama de mudança, de construção, formulação e valorização do Brasil que cresceu e continua crescendo, e que temos muito que conquistar.

Esses avanços não vieram de graça, são fruto da luta que nos motivou. Existe essa certeza, de que quando a gente luta, a gente se mobiliza querendo ser diferente, levantando de manhã cedo, e dizendo “hoje eu vou tirar um tempo para ajudar o meu país”, seja da forma que for, entendendo que através de você é possível mudar o mundo, mas é preciso ajudar as pessoas a entenderem isso, sendo portanto um agente multiplicador.

Desejo, de todo o meu coração, fazer dos próximos anos, anos muito melhores para o nosso país e para Ubes, grande patrimônio do povo brasileiro corajoso, que mudou a vida dos seus defendendo o nosso Brasil. Faremos o povo ter orgulho de ser brasileiro, e que a juventude tenha orgulho de seu país, pois foi assim que construímos a democracia que temos hoje, graças aos que não tiveram medo de sair de suas casas, ir às ruas e enfrentar os desafios.

“… Como a garça voa livre pelo espaço
Vou descer meu rio abaixo de canoa
Vida boa de ter tempo pra sonhar”.
João Donato

Yann Evanovick, ex-presidente da Ubes Gestão 2010/2011, que passou o cargo no domingo (4) para a pernambucana Manuela Braga.